quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Eu já escuto teus sinais


"Tu vens, tu vens...
Eu já escuto os teus sinais!"

(Alceu Valença)


Nestes estranhos tempos de pandemia, não tem sido fácil manter o equilíbrio, alimentando a mente com pensamentos e sentimentos positivos. Para o buscador espiritual, é um exercício constante, pois vez por outra desanimamos ao ver tanta desarmonia no mundo, tanto egoísmo, tanto distanciamento (o distanciamento social seria mais fácil de digerir se não houvesse distanciamento dos nossos corações).

Ocorre que hoje fui brindada com uma atitude que, mais do que nunca, me fez acreditar num futuro luminoso para a humanidade.

Dirigi-me logo cedo ao supermercado, a fim de comprar as últimas coisas para a ceia da noite. Saí apressada e terminei esquecendo a máscara. Só percebi quando cheguei no estabelecimento. Como lá vendem máscaras (justamente para os esquecidos, como eu), fui até o primeiro caixa e solicitei uma. Para tristeza minha, porém, a funcionária respondeu que estavam sem máscaras para vender e que por isso, infelizmente, eu não poderia entrar. 

Ela estava passando as compras de um senhor que, ao ver a situação, imediatamente disse: "Pode deixar. Eu tenho uma máscara nova no carro. Vou buscar." Muito surpresa, eu respondi que não queria incomodá-lo com isto (afinal, nem nos conhecíamos). Mas ele insistiu e foi até o carro, que nem estava tão pertinho - era o último do estacionamento lateral. Quando voltou, entregou-me uma máscara nova... de tecido! Eu pensava que ele iria me dar uma máscara descartável, bem mais barata. Diante disto, mais surpresa ainda fiquei com o gesto dele. E, naturalmente me ofereci para pagar, no que ele recusou-se inteiramente a receber.

Foi uma gentileza enorme, da parte dele, bem inesperada. E para ser honesta - embora eu não seja mesquinha nem tenha muito apego a coisas materiais, ainda mais em se tratando de uma máscara, não sei se eu teria tido essa disponibilidade dele, caso a situação fosse inversa. Principalmente sabendo que, tendo farmácias por perto, a pessoa poderia ir lá comprar e voltar para as compras.

A atitude daquele homem neste último dia do ano, entrou em mim como uma brisa positiva, pressagiando um novo tempo, afagando minha alma e - sobretudo - ensinando-me a ser mais generosa do que sou. Ele agiu com empatia. A empatia levou-o a se colocar no meu lugar. A empatia que precisamos desenvolver para sermos dignos da nossa humanidade.

Como o mundo será maravilhoso quando a maioria de nós agir assim! (Eu estou me expressando positivamente: "será" e não, “seria”). SERÁ.

Além de agradecer à generosidade do homem, com meu coração pleno de bons sentimentos, agradeci internamente ao Divino pela tão bela lição com que Ele me brindou no último dia de um ano tão difícil. Tomei como um sinal positivo e alvissareiro do universo, incentivando-me a acreditar na nova era que está chegando; no novo homem que está acordando. 

Assim, minha mensagem de final de ano é: acreditemos todos que iremos “virar a mesa”. Aproveitemos a grande lição que a pandemia nos trouxe, impulsionando-nos a ser mais solidários, mais gentis, mais unidos. Somos todos um e precisamos agir com unidade e não separatividade. É assim, com essas pequenas mas significativas atitudes, que transformaremos o mundo num lugar mais justo, harmonioso, de paz!

Que 2021 nos traga o despertar da consciência una!

domingo, 27 de dezembro de 2020

Feliz Ano Novo

Palavras de Sathya Sai

"É essencial que consideremos cada minuto, cada dia como novos e os celebremos com alegria. Em verdade, cada dia é um Dia de Ano Novo.”

 “Anos vêm e vão, também o prazer e a dor o fazem. Nada confere bem-aventurança permanente, exceto a vivência do Eu Superior.”

 “Para se redimir de seus pecados passados, vocês têm que cultivar qualidades sagradas e se envolver cada vez mais em atividades sagradas no ano novo.”

 “O destino não muda com a mudança de ano. Junto com a mudança de ano, suas ações deveriam mudar também para melhor.” 

“Todos os anos, desde o começo da história da humanidade, as pessoas fazem uma grande despedida do ano que termina e dão as boas-vindas ao novo ano! O que acontece durante o ano? Somente desespero, ansiedade, angústia e medo insano, não é? Use esse ano para investigar e descobrir como conseguir a paz eterna! Você poderá consegui-la somente por meio do Amor!" 

“Neste dia de Ano Novo, determine que você comece cada dia com amor, passe o dia com amor, preencha o dia com amor e termine o dia com amor. Compartilhe-o com pelo menos cinco pessoas por dia. Pratique, experimente e compartilhe o Amor Divino com todos, sem diferença de casta, credo, cor, religião ou nacionalidade. Os países e o mundo prosperarão e todos serão felizes.”

quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

Feliz Natal


Refletindo com os Mestres

  • "O que o mundo precisa hoje é a força de amortização e unificadora do amor que Jesus deu - o amor que se expande continuamente e abraça cada vez mais pessoas. A humanidade deve se tornar uma família. O mundo se tornará um paraíso. Por isso, hoje em dia, desista de ideias estreitas em relação à sua religião, nação, casta ou credo e desenvolva uma visão ampla." ~ Sathya Sai Baba
  • "Assim como a Verdade espreita através da janela dos pensamentos e palavras, Deus Se manifesta através da Inteligência Crística e da criação vibratória. Quando as contas das nações não permanecem unidas com o fio da percepção universal da Consciência Crística, da Paz de Cristo, elas se desintegram, dispersando-se e sendo arremessadas sobre as rochas do egoísmo. O Cristo do Natal deve ser celebrado no mútuo amor do coração de todas as raças." ~ Yogananda
  • “É Natal sempre que deixares Deus amar os outros através de ti... sim, é Natal sempre que sorrires ao teu irmão e lhe ofereceres a tua mão.” ~Madre Teresa de Calcutá
  • “A estrela enigmática do Oriente foi um foco da Luz da própria Presença EU SOU do amado Jesus, que manifestou-se durante o seu nascimento, como uma estrela feita visível para as pessoas sobre a Terra.” ~St Germain
  • “Milhares e milhões de pessoas têm encontrado enorme benefício nos ensinamentos de Jesus Cristo, o que lhes permitiu viver suas vidas em plenitude.” – Dalai Lama
  • “Permaneçam ali, em nossa Chama Violeta reconfortante da Paz do Cristo Cósmico e, na total confiança e sentimento de descanso, que vem com a realização da onipresença do Amor Divino cuidando de vocês e dos seus, todas as horas, não só no Natal, mas durante todos os anos que virão.” – St. Germain

quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

Era de Aquário

Cena do filme "Hair"Muito oportuna a crônica de Martha Medeiros, que transcrevo aqui:

AQUARIUS

(Martha Medeiros)

O filme Hair está na minha lista dos “dez mais”, não por ter atuações inesquecíveis ou um roteiro fora de série, mas pela sua atmosfera, bem ao estilo “um novo mundo é possível”. Eu era uma adolescente quando assisti pela primeira vez e virei uma hippie incurável – ao menos na alma, e a alma é tudo o que importa.

Não há quem não reconheça sua música de abertura. Aos primeiros acordes, nossa pulsação acelera, e acelera mais, até que entra a voz da cantora Ren Woods: “When the moon is in the seventh house/and Jupiter aligns with Mars...” É a conjunção cósmica que inaugura a era de Aquário. Mesmo não acreditando em astrologia, não me deixe aqui sozinha, permaneça no texto. Vamos dar as mãos e let the sunshine in (quem não é meio hippie?)

Dizem que a partir deste 21 de dezembro, as vibrações astrais serão alteradas e os tempos sombrios se vão. Claro que nada será perceptível no primeiro minuto, nem no segundo (provavelmente em alguns anos), mas é científico e inegável: a incivilidade do planeta está por um fio. De minha parte, tenho pressa em testemunhar esta transição, então não vou colocar uma flor no cabelo e esperar sentada. Quero dar um empurrãozinho. O “paz e amor” tem que ser pra já.

Nosso passatempo preferido tem sido detonar uns aos outros. Nunca fomos tão bélicos, agressivos, insuportáveis. Materialismo, consumismo, desrespeito ao meio ambiente, estresse, competitividade, tudo culminando neste 2020 pavoroso. Chega. Sai a tensão, entra a harmonia. Valores mais humanistas, um olhar mais pacífico para a vida. Espero que não estejamos destreinados para a delicadeza.

O vento começará a soprar a favor, então que a gente aproveite para varrer os destroços e construir uma sociedade mais coletiva, aberta e do bem. Vamos usar a tecnologia para nos unir, não para disparar mentiras e ofensas. Valorizemos aqueles que produzem ideias novas e arte de qualidade. Aqueles que desenvolvem vacinas, energia limpa, fórmulas contra o desperdício. Aqueles que impulsionam um novo progresso, não mais relacionado a poder, hierarquia e dinheiro, e sim a uma evolução espiritual e fraterna. Caramba, o mundo é um só e é de todos.

Estou viajando na maionese? Não acho. Esgotamos nossa capacidade de ser egoístas e autocentrados. Tem gente à beça precisando de soluções, não de mais problemas. Há um limite para a ganância. É natural que os astros se realinhem no céu e tragam uma onda de simplicidade, fazendo com que as pessoas parem de ostentar e cultivem sua essência primária. O ego implora por uma trégua.

Não é apenas um desejo meu, mas uma perspectiva real a ser comemorada. A Era de Aquário inicia nesta segunda-feira. Primeiro dia da semana. Primeiro passo rumo a um 2021 menos pesado e a um futuro mais solar. Pode crer.

terça-feira, 8 de dezembro de 2020

John Lennon, 40 anos da partida

Há 40 anos morria o mito John Lennon (09 de outubro de 1940 - 08 de dezembro de 1980). Um dos membros mais talentosos e versáteis dos Beatles, Lennon era compositor, músico e cantor, deixando um legado considerável de músicas que se tornaram imortais. 

Pacifista, John Lennon acreditava num mundo sem violência. Por ironia do destino, partiu desta vida aos 40 anos, vítima da violência de um fanático.

Algumas frases de Lennon:

"A vida é aquilo que acontece enquanto você está fazendo outros planos."

“Eu tenho o maior medo desse negócio de ser normal!”

"Não se drogue por não ser capaz de suportar sua própria dor. Eu estive em todos os lugares e só me encontrei em mim mesmo."

“E quando a noite está nublada, há ainda uma luz que brilha em mim.”

“Se o homem buscasse a conhecer-se a si mesmo primeiramente, metade dos problemas do mundo estariam resolvidos.”

“E nas minhas horas de escuridão, ela está em pé bem diante de mim falando palavras de sabedoria: deixe estar!”

“Imagine todas as pessoas vivendo o presente...”

“Você pode dizer que sou um sonhador, mas eu não sou o único...”

“Tenho esperança de que um dia você se unirá a nós e o mundo será um só!”

"Eu me pergunto se você consegue...não precisar de ganância ou fome...

Uma fraternidade humana...

Imagine todos os povos partilhando o mundo."


1 milhão de crianças meditando juntas
pela paz do planeta, na Tailândia.

Imaginemos, sim. Este sonho jamais morrerá. Lutemos todos para concretizá-lo. Comecemos por nós. A paz começa no íntimo de cada ser.

https://youtu.be/YkgkThdzX-8

https://youtu.be/rGa_s9aJ-vI

quinta-feira, 4 de junho de 2020

Pandemia do ruído


“A ignorância grita, a inteligência fala e a sabedoria é silenciosa.” 

(Provérbio Zen)

“Você sente a presença de Deus quando o silêncio reina. Na excitação e na confusão do mercado, você não pode ouvir Seu Passo. Ele é o Som Fundamental (Shabdabrahma) ressoando quando tudo mais está preenchido pelo silêncio.”

 (Sathya Sai Baba)

Alguns estudiosos e críticos vêm alertando para essa enxurrada de informação onde estamos todos mergulhados hoje, com a facilidade de acesso à internet e suas redes sociais, onde qualquer um (bastando ter um smartphone ou acessar uma simples lan house) pode falar, opinar, compartilhar conteúdos próprios ou repassados, e jogar na web verdades, meias-verdades, fantasias e mentiras (as chamadas fake news), inocente ou maliciosamente.

Acabo de ler um texto onde o autor batiza de “pandemia mental” a nossa rede de informações. Sim, concordo que estamos vivendo essa “pandemia mental”. Talvez eu vá até mais longe e chame a nossa Babel de “pandemia da inconsciência coletiva”.

Tempos de comunicação frenética, tempos de fantasia... Seria a internet uma bolha de verdade cercada de ilusão por todos os lados? Ou seria uma grande bolha de ilusão, cercada de verdades que não acessamos ou não queremos ver?

Estamos num nítido descompasso. Desenvolvemos o intelecto sem nos empenharmos em desenvolver seu contraponto fundamental: a consciência. Temos em mãos uma tecnologia com a qual jamais sonharíamos 30 anos atrás. E o que fazemos com ela? Somos usados por ela. Somos como crianças deslumbradas com o brinquedo novo. Usando o brinquedo novo inconsequentemente, ao bel-prazer. Daí as distorções. Como nossa consciência é subdesenvolvida, não temos a noção correta do uso da nossa tecnologia, que se transforma num brinquedo tão perigoso como entregar um automóvel do tipo Fórmula-1 a um menino sem habilitação para dirigir.

O que fazer, então?

Percebo um certo ar de superioridade, um certo ar de arrogância em determinados críticos, quanto às redes sociais.

O falecido escritor italiano Umberto Eco, mundialmente conhecido e aclamado, usou a palavra “legião de imbecis”, referindo-se pejorativamente às pessoas comuns, não intelectuais, que hoje povoam a net. “Normalmente, eles [os imbecis] eram imediatamente calados, mas agora eles têm o mesmo direito à palavra de um Prêmio Nobel”.

Fiquei chocada ao ler esta declaração dele. Como assim ‘o mesmo direito à palavra’? As pessoas comuns, os ignorantes, os simples, os que não têm reconhecido valor acadêmico pelas suas teses, os não-científicos, os que não ostentam diplomas não têm direito à palavra? Não seria isto uma suprema prepotência? Fico pensando como seria o mundo se somente a elite intelectual, os “Nobel” pudessem emitir suas opiniões... uma ditadura intelectual?

Por outro lado, podemos restringir o saber ao intelectualismo? E o saber prático, empírico de tanta gente simples? Como podemos desdenhar, por exemplo, o saber indígena? Como podemos menosprezar o saber das curandeiras da antiguidade? O saber dos egípcios, dos maias? Como nos tornarmos cegos ao saber das pessoas simples do campo, cuja sintonia com os ciclos da natureza torna-as capazes de pressentir coisas das quais o homem “civilizado” nem suspeita?

“O problema da internet é que produz muito ruído, pois há muita gente a falar ao mesmo tempo”, diz Eco. Concordo com o ruído. Aliás, venho falando sobre ele desde que iniciei este blog (procure o título 2012 e o ruído das aves). Falei sobre o 9º trabalho de Hércules, quando, diante do pântano, o herói tenta ouvir a intuição para descobrir um meio de afastar as aves devastadoras, cujo coro dissonante perturba e ameaça a paz do mundo. Inspirado pelo eu interno, o herói faz soar repetidamente dois címbalos de bronze. O som potente dos címbalos confunde os pássaros, que fogem para não mais voltar. O címbalo simboliza o uso correto do som. Unindo a inteligência à intuição, Hércules utiliza-se do mesmo instrumento das aves (o som) para neutralizá-las e derrotá-las. Porque o som que destrói é o mesmo que cria... se usado da forma correta.

Como afastaremos o excesso de ruído? Reprimindo a voz do povo, censurando as redes sociais, como alguns apregoam? Não creio que seja esta a solução... além de ser um retrocesso, sabemos que tudo que se reprime ganha força. Ademais, o ruído está em todo lugar, não só na internet!

Somos uma civilização cada vez mais ruidosa, porque nossas mentes estão ruidosas. O barulho que emitimos vem de dentro... é o som das nossas sombras amordaçadas ao longo do tempo. A sombra que, tal como uma panela de pressão, deseja soltar seu vapor, para libertar-se da escuridão.

Venho batendo nesta tecla, e continuarei falando, porque é o meu dharma (*): olhemos para nós mesmos. O maior investimento que podemos fazer é investirmos na ampliação da nossa consciência.

Lembrando que é a consciência ampliada que permite a compreensão de que somos todos um. Estamos conectados a tudo e a todos. Assim, cada ser que realiza em si o trabalho de neutralizar as aves ruidosas internas, cada ser que decide encarar a própria sombra, deixando de projetá-la nos outros, influi em todo o conjunto da humanidade.

Cuidemos, irmãos. Partilhamos o mesmo barco. E ele está, realmente, ruidoso demais. 
E o ruído não está somente na net – está em toda parte. Vem das nossas mentes. 

(*) Dharma: do sânscrito. Dever, ação correta.

terça-feira, 2 de junho de 2020

Você realmente SABE o que é o fascismo?


Nestes tempos sombrios que vivemos, em que a Terra atravessa uma transição planetária importantíssima, vemos claramente os grupos humanos se perdendo em radicalizações estúpidas, uns acusando os outros, apontando o dedo, projetando, projetando, projetando...

É a sombra da humanidade, agigantada a um ponto crítico. Mostrando que o “parto” está próximo. Devemos nos parir a nós mesmos, se quisermos atravessar a névoa escura acumulada em nossas auto-ilusões...

Dentro desse oceano de instabilidade própria dos estertores da parição (que – diga-se – está sendo a fórceps), é comum vermos a vulgarização ou até – por que não dizer – a suprema leviandade de acusar as pessoas que pensam diferentemente de nós, atribuindo-lhes adjetivos pesados e, não raro, inapropriados.

Um exemplo bem comum dessas acusações, ultimamente, é o já corriqueiro “Fascista!”. Usa-se o termo hoje com a facilidade de quem diria: “Você é feio!” Basta pertencer a uma corrente contrária.

Estamos funcionando como tribos. Enquanto, paralelamente, pregamos (tudo na teoria) a tolerância, a ausência de preconceitos, parece que, por outro lado, isto só funciona se você for tolerante com “os nossos”. Para nós, tolerância. Para quem pensa diferente... o fascismo.

E o fascismo é algo tão grave... nem sabemos o que estamos dizendo... Alguém escreveu, apropriadamente, nas redes sociais: “O Brasil não é para amadores; aqui tem grupo antifascista composto por fascistas, que não sabem o que é fascismo...” (Mas... percebeu a contra-acusação por trás da frase? Pois é... mesmo sendo humor, continuamos acusando...)

Você realmente SABE o que é o fascismo?

Escolhi esta definição simples, do Brasil Escola, para nossa reflexão conjunta:

Mussolini
“O fascismo foi um movimento político que surgiu na Itália sob a liderança de Benito Mussolini, que assumiu o poder desse país a partir de 1922 com a Marcha sobre Roma.

O fascismo é entendido por cientistas políticos e historiadores como a forma radical da expressão do espectro político da direita conservadora. No entanto, é importante dizer que nem toda política praticada pela direita conservadora é extremista como o fascismo. Essa ideia também vale para o espectro político da esquerda, uma vez que nem toda política praticada por ela é radicalizada como o que foi visto pelo stalinismo, o regime totalitário liderado por Josef Stalin, entre 1927 e 1953, na União Soviética.”


Sejamos menos extremistas com aqueles que divergem de nós... há um excelente pensamento, atribuído a Clarice Lispector, com o qual encerro minhas considerações:

“Antes de julgar a minha vida ou o meu caráter, calce os meus sapatos e percorra o caminho que eu percorri, viva as minhas tristezas, as minhas dúvidas e as minhas alegrias. Percorra os anos que eu percorri, tropece onde eu tropecei e levante-se assim como eu fiz.”

sábado, 4 de janeiro de 2020

A Verdadeira Revolução


"Se Deus está nos enviando Esses Seres que são verdadeiros "Anjos Humanos" é porque Ele ainda não desistiu do Homem." – Ary Souza

“Nunca perca a fé na humanidade, pois ela é como um oceano. Só porque existem algumas gotas de água suja nele, não quer dizer que ele esteja sujo por completo.” – Mahatma Gandhi

Notícia maravilhosa: no município do Crato (Ceará), uma garota de apenas 9 anos, por iniciativa própria, alfabetiza um homem de 68 anos! O idoso vinha vendendo picolés há décadas defronte da escola onde a menina estuda, sem que nenhum professor ou diretor da instituição tomasse a iniciativa de educá-lo. A garota, entretanto, teve a sensibilidade e a generosidade de dedicar-se à tarefa tão nobre de ensinar aquele ser a ler.

É neste neste tipo de ação que eu acredito. Sem estardalhaço, sem espetáculo, anonimamente, mansa e amorosamente, a menina começou um trabalho sozinha, sem ajuda de ninguém, sem flashes e câmeras para registrar (a não ser depois que foi descoberta por uma professora).

Este é bem o papel dos seres da nova era. Eles é que mudarão o mundo com suas atitudes simples, despretensiosas e impregnadas de amor. É claro que não posso deixar de fazer um contraponto com a adolescente Greta Thunberg, ela própria uma vítima da Matrix. Frases de efeito, holofotes, expressões de ódio são uma forma de protestar, sim; mas não fazem parte da chamada revolução silenciosa, que seres como nossa educadora do Ceará começam a praticar.

Muitos sonham em realizar coisas grandiosas, mas é nas coisas pequenas, com iniciativa de pequenos grupos e às vezes de uma única pessoa, que o mundo começa a mudar. Como disse Margareth Mead: “Nunca duvide de que um pequeno grupo de cidadãos conscientes e engajados consiga mudar o mundo. Na verdade, essa é a única via que conseguiu produzir mudanças até agora”.

É o exemplo, o trabalho de formiguinha, a solidariedade humana que são capazes de transformar nosso dia a dia. Não precisa ir para longe, basta olhar ao redor, basta ter olhos que vejam de verdade, além das luzes ofuscantes da Matrix espetaculosa. Basta sair do “modo automático”, que podemos enxergar o que está ali do nosso lado, como o vendedor de picolés, cujo desejo de ser alfabetizado foi percebido apenas pela menininha de 9 anos... menininha sim, mas de alma gigante e coração cheio de desprendimento e amor para doar da forma mais simples... sentada na calçada, ao sair da aula, distante de qualquer sentimento de fama ou notoriedade.  

São fatos assim que nos dão esperança e certeza de que a humanidade pode dar certo.

Foto: Internet 

quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

Armas e Espiritualidade

Mahabharata
Esta matéria é uma tentativa de esclarecer a confusão que algumas pessoas fazem entre espiritualidade e armas. Muitos acreditam que, por uma pessoa ser espiritualista, deve, necessariamente, ser a favor do desarmamento civil. Não há engano maior do que este, como veremos a seguir.

O espiritualista deve ser contra a violência. Este é um ponto. Outro ponto: todo indivíduo, espiritualista ou não, tem o sagrado direito à legítima defesa. Que fique bem claro: legítima defesa é uma coisa; violência gratuita é outra. Tenhamos discernimento e vejamos o que dizem algumas correntes espiritualistas.

Budismo e Ahimsa

O Budismo prega a chamada ahimsa (princípio da não violência). Gostaria de compartilhar alguns conceitos relativos à posição do Budismo sobre armas de fogo e direito de defesa, para nossa reflexão:

"Atacar com violência um malfeitor que lhe causa problemas ou está lhe atacando não porta o sentido de ‘malícia’, de ‘desejo de causar dano’, ‘desejo de causar mal’, mas, pura e simplesmente, de se preservar, preservar a terceiros ou preservar um bem que está sendo usurpado ou atacado. Em outras palavras, você pode dar um tiro em um assaltante ou em um estuprador e não ter ferido o princípio de ahimsa. Se eu mato um agressor, não o faço por ‘malícia’ ou pelo prazer de matar, mas sim por um estado de sobeja necessidade. Se meu país é invadido e minha casa é atacada, tenho o direito de me defender. Isso não é contra o princípio de ahimsa."

“Há um conceito equivocado entre as pessoas de que o Budismo seria “pacifista”, no pior sentido da palavra, ou seja, que advogaria a capitulação irrestrita diante do inimigo, sem oferecer qualquer resistência.  Tal postura não é verdadeira e se deve ao desconhecimento da Doutrina Budista (Dharma) por parte dos representantes de instituições e templos que, sendo eles mesmos partidários de ideologias políticas totalitárias de esquerda - ideologias estas que pregam o desarmamento da população para um domínio total, confortável e sem resistência  por parte do governo -, afirmam ser isso a ‘posição budista’, ou seja, misturam suas ideologias políticas com o Budismo e confundem a cabeça das pessoas que buscam por esclarecimento.” (André Otávio Assis Muniz, Arcebispo Presidente da Organização Religiosa Budista Tendai Hokke Ichijô Ryu do Brasil)

[Dharma: do sânscrito. Não há uma tradução exata. Significa aquilo que sustenta a verdade; a lei universal da verdade; conduta correta.]

Buda ensina que é deplorável toda guerra entre os homens; porém não condena os que guerreiam por uma causa justa, depois de haver esgotado todos os meios de conservar a paz. Dizem as escrituras sagradas do Budismo:

“O Buda ensina que o culpado merece castigo, e o digno de favor deve ser favorecido. Porém também ensina que não se deve fazer sofrer nenhum ser vivente, mas ter o coração cheio de compaixão e amor. Estes dois ensinamentos não são contraditórios, porque quem recebe castigo por seus crimes não sofre por maldade do juiz e sim em consequência de sua culpa. Suas más ações lhe acarretaram o mal que lhe inflige o executor da lei.”

“Aquele que luta pelo interesse egoísta de celebridade, grandeza, poderio ou riqueza, não receberá recompensa; porém, o que combate pela justiça e a verdade, receberá o galardão, porque será vitorioso, mesmo que sofra alguma derrota transitória antes do triunfo final.”

Assim se expressa André Otávio Assis Muniz, Arcebispo Presidente da Organização Budista Tendai Hokke Ichijô Ryu do Brasil (bacharel em Direito, atirador esportivo, membro da SASDE – Exército Brasileiro:

“Nós, atiradores e partidários do direito de legítima defesa, temos o amparo de todas as grandes tradições religiosas. E eles, os que querem a população desarmada e vitimizada, têm o apoio da mentira, da ignorância, da hipocrisia e do descaso pela vida."

Hinduísmo

Rama, guerreiro defensor das virtudes
A Índia Antiga, cuja tradição espiritual é incontestável, sendo conhecida inclusive como “o berço das religiões”, era, segundo os registros históricos, uma sociedade governada por guerreiros. Lembremos os clássicos espirituais, como o Ramayana, o Mahabharata etc. Estes épicos retratam os deuses em posição de luta, portando armas. Os ingênuos, então, perguntam onde fica a propalada ahimsa (não violência)?

Tomemos como exemplo a Batalha de Kurukshetra, descrita na Bhagavad Gita. O guerreiro, Arjuna, é aconselhado por ninguém menos do que o próprio Krishna (Avatar conhecido pelo poder do seu amor pelas pessoas e pelos animais). A guerra era contra os próprios parentes de Arjuna, cujo comportamento alheio ao padrão ético estava pondo em risco o equilíbrio da sociedade. Prestes a dar início à luta, Arjuna hesita ante o pensamento de que vai guerrear contra alguém do próprio sangue. É então que Krishna aparece, para encorajá-lo:

“Considerando seu dever específico de kshatriya (guerreiro), você deve saber que não há melhor ocupação para você do que lutar conforme determina seu dharma; e assim não há necessidade de hesitação. (...)Se, contudo, você não executar seu dever e não lutar, então certamente incorrerá em falta por negligenciar seus deveres e perderá sua reputação.” (Bhagavad Gita, Capítulo 2, versos 31, 32 e 33)

Cristianismo

Vamos ao Cristianismo. Jesus disse : "Não julgueis que vim trazer paz a Terra; não vim trazer-lhe paz, mas espada; porque vim separar o homem contra seu pai, e a filha contra sua mãe, e a nora contra sua sogra; e os inimigos do homem serão os seus mesmos domésticos.” (Mateus, X: 34-36).

Entretanto, Jesus era contra a violência! Sim, mas precisamos entender dentro de nós uma verdade: os valores do espírito precisam ser defendidos, porque eles são a base da própria vida! Perante o espírito, não há pai, mãe, filho, sogra... são seres, apenas seres. O erro, o obscurantismo, a ausência de luz deve ser combatida, sim. Não importa se do outro lado está sua própria família. Estamos aqui falando da eterna luta entre trevas e luz. Nem Jesus nem ninguém está pregando aqui o assassinato da família. O que se prega é: “mantenha-se fiel aos princípios do espírito, ainda que precise discordar dos seus entes queridos!”

Representação de Jesus, expulsando os vendedores
com um chicote
Jesus era um pacifista, sim, mas de que forma ele expulsou os vendilhões do templo? Com afagos ou energicamente? Energicamente, é claro.

Como espiritualista que sou, sonho com um mundo sem guerras, quando enfim compreenderemos que somos todos um, e que o mal que pratico contra o próximo é contra a mim mesmo que estou ferindo. Isto não fere meu direito de proteger-me e proteger meus entes queridos.

Quem reagiria com gestos doces, vendo um marginal prestes a praticar um ato de violência contra um filho, um irmão, uma mãe, ou contra si mesmo? 

“As armas devem ser usadas em última instância, onde e quando os outros meios não bastem”, disse Maquiavel. Concordo. Entretanto, tudo é relativo. Tudo depende da situação. Um marginal que se aproxima enfurecido de você vai esperar para ouvir seus argumentos pacifistas? Dificilmente.


Constituição Pastoral Gaudium et Spes afirma categoricamente:

"Em um mundo marcado pelo mal e pelo pecado, existe o direito à legítima defesa por meio das armas.” 

“Esse direito pode tornar-se um dever grave para quem é responsável pela vida dos outros, pelo bem comum da família ou da comunidade civil.” 

Artes Marciais

Uma vez um mestre de karatê me disse algo que me fez refletir. Estava ele fazendo a demonstração de um golpe fatal. Fiquei horrorizada com o poder de violência que o corpo humano pode ter. Ante meu horror, ele disse o óbvio, ou seja, ante um ataque de um ser disposto a tirar a sua vida, você tem, sim, todo o direito de usar tudo o que você sabe para desativar o inimigo, inclusive aplicando-lhe um golpe mortal.

Por outro lado, há um código ético a reger as práticas marciais. Um comprometimento a jamais usá-las de maneira fútil e sim, em legítima defesa.

Política e Desarmamento

A estratégia política de desarmar a população, enquanto os marginais continuam armados até os dentes, é infame. Como se o Estado fosse capaz de nos dar uma proteção eficiente! 


Muitos talvez não saibam que a primeira medida adotada pelas ditaduras antes de serem implantadas é justamente o desarmamento da população. O objetivo é tirar do cidadão comum o direito de reação. Isto ocorreu, por exemplo, nos seguintes países:

Turquia, 1911: resultando em mais de 1,5 milhões de armênios caçados e exterminados.
União Soviética, 1929: cerca de 20 milhões de dissidentes exterminados pelo governo comunista.
China, 1935: 20 milhões de dissidentes políticos caçados e exterminados pelo governo comunista.
Alemanha, 1938: com a população desarmada, um ano antes da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a consequência foi o extermínio de cerca de 13 milhões de judeus e outros “não arianos”, impossibilitados de se defender do governo nazista.
Camboja, 1956: 1 milhão de pessoas assassinadas pelo governo comunista.
Guatemala, 1964: massacre de mais de 100 mil índios Maias desarmados.
Uganda, 1970: cerca de 300 mil cristãos foram aniquilados pelo governo.

Defensores do direito ao porte de armas: George Washington, James Madison, Thomas Jefferson, Abraham Lincoln…

Contrários ao porte de armas: Adolf Hitler, Stalin, Mao Tse-Tung, Kim Jong-II, Hugo Chaves, Lula.

Além disso, as estatísticas provam que o desarmamento da população, por si, não é capaz de reduzir a violência. Entretanto, sou a favor da posse responsável da arma, principalmente armas de fogo. Antecedentes criminais, exames psicotécnicos, treinamentos fazem-se necessários antes de conceder a posse de um revólver a alguém.

Relembremos, para encerrar, Benjamin Franklin: 


“Quando todas as armas forem de propriedade do governo, este decidirá de quem são as outras propriedades.” 

quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

Paz em 2020


Hoje, Dia da Confraternização Universal, tomemos a resolução de nos tornarmos guardiães da Paz!

“As pessoas me procuram dizendo ‘eu quero paz’. Digo-lhes que removam o ‘eu’ que são seus egos. Removam o ‘quero’ que são seus desejos. O que lhes restará é a PAZ.” – Sathya Sai Baba

“Felizes os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus.” – Jesus Cristo

“A paz é a única forma de nos sentirmos realmente humanos.” - Albert Einstein

“A pessoa que não está em paz consigo mesma, será uma pessoa em guerra com o mundo inteiro.” – Mahatma Gandhi

“Nunca houve uma guerra boa nem uma paz ruim.” - Benjamin Franklin

“A paz vem de dentro de você mesmo. Não a procure à sua volta.” - Buda

“A guerra é uma invenção da mente humana; e a mente humana também pode inventar a paz.” – Winston Churchill

“Nenhum líder vai nos dar paz, nenhum governo, nenhum exército, nenhum país. O que nos vai dar paz é a transformação interior que nos conduzirá à ação exterior. Sem conhecer a si mesmo não existe paz.” – Krishnamurti

“Manter um excesso de bens em ordem toma muito tempo e muita energia. A verdade é que, quanto mais ‘necessidades’ desnecessárias você tiver, menos paz terá, e quanto menos você for possuído pelos seus bens, mais felicidade terá.” – Paramahansa Yogananda

“A verdadeira paz não é somente a ausência de tensão, é a presença de justiça” – Martin Luther King Jr., Nobel da Paz de 1964.