Nestes tempos sombrios que vivemos, em que a Terra
atravessa uma transição planetária importantíssima, vemos claramente os grupos
humanos se perdendo em radicalizações estúpidas, uns acusando os outros,
apontando o dedo, projetando, projetando, projetando...
É a sombra da humanidade, agigantada a um ponto crítico.
Mostrando que o “parto” está próximo. Devemos nos parir a nós mesmos, se
quisermos atravessar a névoa escura acumulada em nossas auto-ilusões...
Dentro desse oceano de instabilidade própria dos
estertores da parição (que – diga-se – está sendo a fórceps), é comum vermos a
vulgarização ou até – por que não dizer – a suprema leviandade de acusar as
pessoas que pensam diferentemente de nós, atribuindo-lhes adjetivos pesados e,
não raro, inapropriados.
Um exemplo bem comum dessas acusações, ultimamente, é o já corriqueiro “Fascista!”. Usa-se o termo hoje com a facilidade de quem diria: “Você é feio!” Basta pertencer a uma corrente contrária.
Estamos funcionando como tribos. Enquanto, paralelamente,
pregamos (tudo na teoria) a tolerância, a ausência de preconceitos, parece que,
por outro lado, isto só funciona se você for tolerante com “os nossos”. Para
nós, tolerância. Para quem pensa diferente... o fascismo.
E o fascismo é algo tão grave... nem sabemos o que
estamos dizendo... Alguém escreveu, apropriadamente, nas redes sociais: “O
Brasil não é para amadores; aqui tem grupo antifascista composto por fascistas,
que não sabem o que é fascismo...” (Mas... percebeu a contra-acusação por trás
da frase? Pois é... mesmo sendo humor, continuamos acusando...)
Você realmente SABE o que é o fascismo?
Escolhi esta definição simples, do Brasil Escola, para
nossa reflexão conjunta:
Mussolini |
“O fascismo foi um movimento político que surgiu na
Itália sob a liderança de Benito Mussolini, que assumiu o poder desse país a
partir de 1922 com a Marcha sobre Roma.
O fascismo é entendido por cientistas políticos
e historiadores como a forma radical da expressão do espectro político
da direita conservadora. No entanto, é importante dizer que nem toda
política praticada pela direita conservadora é extremista como o fascismo. Essa
ideia também vale para o espectro político da esquerda, uma vez que nem toda
política praticada por ela é radicalizada como o que foi visto pelo
stalinismo, o regime totalitário liderado por Josef Stalin, entre
1927 e 1953, na União Soviética.”
Sejamos menos extremistas com aqueles que divergem de
nós... há um excelente pensamento, atribuído a Clarice Lispector, com o qual
encerro minhas considerações:
“Antes de julgar a minha vida ou o meu caráter, calce os
meus sapatos e percorra o caminho que eu percorri, viva as minhas tristezas, as
minhas dúvidas e as minhas alegrias. Percorra os anos que eu percorri, tropece
onde eu tropecei e levante-se assim como eu fiz.”
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