terça-feira, 14 de setembro de 2021

O Salto Quântico ou o Grande Despertar

A matéria a seguir foi publicada originalmente no blog https://quanticaevedas.blogspot.com.br. Reproduzo-a aqui, por considerá-la importante para nossa reflexão. A Física Quântica é um tema apaixonante, cuja tendência é fazer parte cada vez mais da nossa vida diária.

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O tão alardeado “fim do mundo” pode ser não o fim dos tempos, a destruição do planeta e da humanidade, mas o fim da ignorância espiritual, o fim da consciência limitada tridimensional, o fim da era do materialismo concreto newtoniano-cartesiano-euclidiano, ou seja, o fim do mundo tal como o conhecemos através da nossa limitada mente tridimensional e dos condicionamentos e crenças que nos foram imputados. Seria uma passagem para níveis de dimensão mais profundos, uma espécie de “bum”(explosão) da consciência – o propalado “salto quântico”.

Há pelo menos três curiosidades descobertas pela Física Moderna que considero simplesmente desconcertantes, uma verdadeira "puxada de tapete" no nosso raciocínio linear. Elas dizem respeito ao salto quântico que ocorre quando uma partícula do átomo, que está numa determinada órbita, recebe um impulso energético, ocasionando um salto do elétron para uma outra órbita. O comportamento do elétron, no seu salto quântico, é inusitado: ao receber o estímulo e dar o salto, ele não pode ser visto percorrendo um caminho entre as órbitas do átomo, como seria de se esperar. Ele simplesmente desaparece, para reaparecer já num outro nível, assim como num passe de mágica. O que se deduz é que, no instante do salto, o elétron vai para uma outra dimensão invisível ao olho do observador.

A outra curiosidade, que aproxima a Física Quântica da espiritualidade, é que, no momento do salto quântico, há uma energia que é liberada na forma de fótons, provocando emissão de luz. Quando o salto quântico acontece, a luz aparece. Seria então uma mera coincidência esse entrelaçamento entre a Física Moderna e a área antes exclusiva das narrativas espirituais? Poderíamos dizer que o mundo espiritual é quântico? Tudo parece indicar que sim. Entender o salto quântico pode ser a chave-mestra para compreender os movimentos da consciência e os enigmas do próprio Universo.

E a outra curiosidade realmente perturbadora é a constatação de que o olhar do observador altera o observado. Um elétron se comporta como onda até ser detectado – quando manifesta seu lado partícula. "Hã? Como assim?" - pergunta a mente lógica. Sim, o observador altera a realidade! Portanto, o mundo é muito mais subjetivo do que imaginava a nossa vã filosofia!

Os seres chamados “lumiares” da humanidade, aqueles cuja luz marcou época, como Jesus, Buda, Sathya Sai Baba, no âmbito espiritual, Einstein e Max Planck, no âmbito científico, Freud e Jung, no âmbito da Psicologia, e muitos outros, todos eles, como consciências privilegiadas e alargadas, provocaram um efeito sobre as consciências “normais” vigentes; um grande estímulo, semelhante ao estímulo dado ao elétron para que mude de órbita. Esse grande impulso, ou “empurrão”, propiciaria ou daria condições a que algumas consciências mudassem de ponto, dando o seu salto quântico.

Só que essa mudança começa muito lentamente, ao longo do tempo, até a humanidade atingir a chamada massa crítica que, segundo algumas previsões, estaria próxima de ser alcançada. Aí então, as mudanças passam a ser mais rápidas.

Seres visionários da nossa época apresentam estimativas sobre a quantidade de mentes iluminadas necessárias para formar uma massa crítica. (Massa crítica significa a quantidade de indivíduos necessária para desencadear uma mudança irreversível. Um detonador das mudanças).

O guru Maharishi Mahesh Yogi, por exemplo, estimava que 1/10 de 1% da humanidade seria suficiente para gerar vibrações que trariam a paz mundial. O mestre espiritual Osho calculava o número necessário para disparar o gatilho das mudanças em 5 % dos humanos. Ainda não sabemos quem estava com a razão, mas sabemos que a massa crítica será acionada a qualquer momento, porque, além dos estímulos das consciências mais elevadas, temos hoje um outro fator decisivo à mudança: é que agora nossa humanidade está literalmente encurralada. Chegamos ao ponto do “ou mudamos ou sucumbimos”.

Caímos numa arapuca criada por nós mesmos, ao darmos um rumo totalmente equivocado ao nosso destino. Deslumbrados ante a capacidade do intelecto em criar um mundo fantástico em termos de tecnologia, desprezamos os valores do espírito e atrelamos nosso desenvolvimento como espécie a objetivos meramente externos, materiais, imediatistas, inconsequentes e antiespirituais. Dessa forma, desabamos ladeira abaixo até chegarmos ao nível crítico em que se encontra a nossa atual civilização, onde reina a destruição da natureza (originada pela falta de respeito à Mãe Terra), a violência (falta de respeito ao outro), a fome, as guerras (ausência de amor), etc.

Peter Russell (produtor britânico, autor de livros e filmes sobre a consciência e o futuro da humanidade) afirma, no seu livro “O Despertar da Terra”, que a frequência das ondas cerebrais de uma pessoa em estado de meditação é a mesma frequência emitida pelo planeta Terra (8 ciclos por segundo). E estima que para podermos atingir a mesma sintonia de sustentação da vida na Terra, precisamos de 200 milhões de meditantes durante as 24 horas do dia. Segundo ele, ao atingirmos esse número, toda a lógica de catástrofes será desarmada e a humanidade ascenderá a um novo patamar de consciência, pois a vibração desse alinhamento terá o poder de neutralizar a força das mentes destrutivas.

Isto quer dizer que cada uma dessas pessoas precisaria meditar 30 minutos por dia. Consideramos um número alto; porém, ao comparar esse montante com 7 bilhões de habitantes, vemos que não é tão elevado assim...

A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original”, disse Einstein. De fato, a mente que se mantém no “pensar quadrado”, o “pensar na caixa” ou pensar somente no que já foi pensado antes, é uma mente opaca, que bloqueia a própria criatividade e gera o comportamento mecânico, repetitivo, chamado “comportamento de manada”. Ao contrário, a mente que se abre ao novo se enche de luz.

A seara do autoconhecimento passa necessariamente por esse desprendimento de dogmas e condicionamentos. Talvez por isso, Lao Tsé tenha dito que, para adquirir conhecimento, devemos adicionar coisas às nossas mentes todos os dias; mas, para ganhar sabedoria, devemos eliminar coisas todos os dias. Ou seja, soltar um pouco o intelecto, procurar desenvolver o lado espiritual, o lado do sentir...

Deveríamos compreender que há uma infinidade de caminhos que nos levam à verdade, e que esses caminhos se completam. As descobertas de hoje só são possíveis graças às descobertas de ontem. Talvez Jung não tivesse chegado às suas teorias sobre o inconsciente coletivo se, atrás dele (ou do lado dele, se quiser) Freud não houvesse aberto um caminho novo, com suas teorias sobre o inconsciente humano. Talvez – e muito provavelmente – Max Planck não fosse um fundador das teorias quânticas se Einstein não houvesse descoberto a Teoria da Relatividade. E é possível que Sheldrake não houvesse chegado à Teoria dos Campos Mórficos se Charles Darwin não abrisse o caminho lá atrás, com sua teoria sobre a evolução das espécies. E assim por diante.

O fato é que as grandes descobertas da humanidade partiram geralmente de pessoas que ousaram “pensar fora da caixa”, desafiando o establishment. Alguns físicos quânticos têm relatado a resistência de grande parte dos físicos convencionais às novas descobertas. Isto nos dias atuais! A crença que nos impingiu o modelo cartesiano de vida está tão arraigada que – por incrível que pareça – não deixa imunes nem os próprios cientistas, que deveriam, mais do que os outros mortais, ter uma mente aberta. Ocorre que não é nada fácil se libertar do materialismo científico.

Aprendemos a viver num mundo que consideramos “concreto”, sólido, palpável. E então chegam uns cientistas “malucos” e nos dizem que a matéria não é sólida! Que dentro dela existe vida pulsante! Que no interior da matéria há mais vaziez do que concretude! Que temos a ilusão de solidez apenas devido à rotação lenta dos seus átomos!

E assim, quanto mais os cientistas quânticos avançam em suas mirabolantes descobertas, mais nos aproximamos do emocionante e fantástico encontro da ciência com a espiritualidade! Pois o que descobrimos hoje, depois de tantas pesquisas exaustivas, depois de tanta gente queimada na fogueira da estupidez humana, é que a única diferença entre um físico quântico e um mestre védico é a nomenclatura utilizada por cada um. Nada mais.

Nagarjuna, filósofo da tradição budista, dizia:

"Ela não existe.
Ela não não existe.
Ela não existe e não não existe simultaneamente.
Nem ela não existe nem não não existe."

Que tipo de insanidade o teria acometido? A que ele se referia? Ele se referia à realidade última. O elétron é onda ou partícula? Ou é ambos?

Meu ídolo Amit Goswami (eu o amo!), uma das maiores autoridades em Física Quântica da nossa atualidade, propõe que, sendo a matéria instável e transcendente, faz-se necessária a existência de uma consciência para paralisá-la momentaneamente, criando assim a ilusão da estabilidade. E compara a forma como a vida se apresenta a nós a uma película de cinema. Entre cada foto, existe o abismo transcendente da não foto. Entretanto, nossa percepção limitada apenas capta a continuidade do filme, ou seja, passam-nos despercebidas as constantes trocas entre fotos e não fotos.

Os próprios físicos quânticos não mediram esforços para negar a importância do observador nos fenômenos físicos. Felizmente, não se pode cobrir o sol com a peneira por muito tempo. O “futuro” bateu à nossa porta. A Quântica veio para ficar e vários cientistas modernos – como Amit Goswami - já admitem que não há paradoxo se presumir que a consciência que causa o colapso da onda de possibilidades em eventos reais é a consciência cósmica. É essa consciência, onipresente e oniabarcante, que nos indica o caminho da unidade.

Levando em conta que meditar só traz bem, sugiro que façamos da meditação um hábito, como sugere Peter Russell, a fim de fazermos colapsar, do mundo das infinitas possibilidades, a realidade melhor: de um Mundo Novo, onde todos viveremos em harmonia, dentro da consciência única, na posse e no exercício pleno da nossa condição de seres cocriadores da realidade.

NOTA: Existem inúmeras técnicas para meditação. Esta é uma das que eu indico:

https://www.youtube.com/watch?v=UWeJI3qXpKU

E esta é a meditação da Flor da Vida. O padrão "flor da vida" está em toda manifestação do universo criado. É como se fosse um carimbo do Criador. Mergulhar nesta forma, respirando lenta e profundamente, ajuda a acalmar os pensamentos, trazendo harmonia para os corpos:

https://i.pinimg.com/originals/1f/5d/59/1f5d59a2bc7eb7fa47d3799a357e0cbd.gif

domingo, 12 de setembro de 2021

Por Que Não Queremos Ver?

Com tantas descobertas da física quântica, mostrando uma realidade completamente diferente daquilo que fomos condicionados a ver, por qual razão a humanidade continua repetindo os mesmos erros e apostando nos mesmos condicionamentos, crenças e preconceitos?

Parece que ainda não acreditamos que somos mais do que a simples matéria visível aos olhos. O acomodamento, a inércia, a dificuldade de olhar para algo diferente são empecilhos graves à visualização de novas realidades. 

Isto me lembra a história do elefante. Por qual motivo um animal, cuja força é capaz de derrubar uma árvore adulta pela raiz, pode ser mantido em cativeiro com uma simples cordinha amarrada a uma pequena e ridícula estaca? Porque, desde bem pequeno, quando sua força ainda não era tão grande, foi mantido preso à mesma estaca. O elefantinho tentou, tentou, tentou e não conseguiu se libertar. Guardou a lição para o resto da vida e, ao se tornar adulto... não acredita mais na própria força! Pensa que a estaca e a corda são mais poderosas que ele...

O pior cego é aquele que enxerga muito bem, mas insiste em não ver aquilo que está diante dos seus olhos, porque isto implica em mudança e ele não quer mudar.

Como os elefantes de circo, nós nos acomodamos às nossas velhas estacas, representadas pelas nossas crenças, preconceitos, convicções, teorias... Temos medo das mudanças. Temos medo de renascer para o novo, porque este renascer implica em morrer para o velho. E não queremos morrer para o velho, queremos continuar apegados às nossas verdades. É duro constatar que construímos nossa civilização baseados em conceitos ultrapassados. E é preciso uma dose bem grande de humildade para ver tudo isto. 

A arrogância humana é simplesmente patética. Até num ramo como a Medicina, onde um erro pode significar a perda de uma vida, constatamos a dificuldade que a maioria dos médicos têm de mudar seus velhos paradigmas, mesmo à frente de evidências.

Por causa disso, Alvin Toffler preconizou que os analfabetos do século 21 seriam não  aqueles que não sabem ler e escrever, mas aqueles que não sabem aprender, desaprender e reaprender. É a mais pura verdade. Principalmente quando sabemos que o conhecimento humano, que dobrava a cada 100 anos, em 1900, hoje estima-se que dobre a cada 20 meses! Isto significa que, ao conquistar o seu diploma de médico (ou de outra profissão não baseada em cálculos exatos), o profissional já está desatualizado e terá que reaprender o que aprendeu!

Paralelamente à inércia, à preguiça que nós, seres humanos temos, no que se refere a mudar nossos paradigmas, o universo quântico assusta, da mesma forma que assusta o universo íntimo daquele que se abriu às verdades do espírito. Temos receio das vastidões. Daí reduzirmos nossas possibilidades e nossos horizontes ao mínimo. No entanto, queiramos ou não ver, aceitemos ou não, a vastidão nos puxa a todos para sairmos do lugar comum, para "cessarmos de existir" para o velho, alimentando e repetindo paradigmas ultrapassados, e ingressarmos no Novo Mundo, o Mundo Quântico, como coparticipantes e cocriadores dessa incomensurável Criação.

O futuro É HOJE. O encontro da Ciência com a Espiritualidade é agora. Porque os físicos da atualidade, assim como os antigos sábios védicos, apontam para o mesmo horizonte... 

A Era Euclidiana acabou e muitos ainda não se aperceberam... 

E nossas "estacas", de tão velhas, começam a se fragmentar... 

Reproduzo, aqui, para nossa reflexão, algumas das descobertas quânticas que insistimos em não ver. O autor é o prof. Hélio Couto:

"O que a mecânica quântica mostra que praticamente ninguém quer ver?

* Mostra que a realidade não é material.

* Que a matéria é apenas uma forma de organização da energia.

* Que no nível mais fundamental só existe energia.

* Que tudo está conectado no nível subquântico.

* Que tudo é onda e que no final só existe uma única onda.

* Que o observador cria a própria realidade.

* Que a matéria obedece à vontade do observador.

* Que existem dimensões fora da terceira dimensão.

* Que a consciência continua após a morte.

* Que é possível estudar o que existe nas outras dimensões e descobrir a realidade das outras dimensões. Deixando de lado todas as histórias que criaram sobre isso.

* Que tudo é consciência e tem consciência.

* Que a onda é consciência.

* Que toda a matéria tem consciência.

* Que uma única consciência está experienciando a si mesma de infinitas formas.

* Que existe um sentimento nesta única consciência, que é dominante. E que tudo que contraria esse sentimento cria condições que trarão infelicidade para quem o criou.
Esse ajuste é a única forma que a consciência tem de fazer tudo voltar ao equilíbrio.
O universo tende ao equilíbrio e faz tudo que é preciso para voltar a ele. E isso implica em correções de rumo desconfortáveis para quem o tira do equilíbrio."

(Final da citação)

Mário Quintana disse: "Eu não tenho paredes. Só tenho horizontes". Todos nós precisamos de humildade e coragem para abrir nossos horizontes e enxergar o novo mundo, que não está longe nem inacessível, mas aqui, na nossa porta.

(Publicado originalmente no nosso blog: https://quanticaevedas.blogspot.com.br)

*NOTA: Leia também o conto "Cegos Para a Amplidão":
http://contosatemporais.blogspot.com.br/