terça-feira, 26 de março de 2013

Amor e Rejeição Como Aprendizagem


"Meu coração triste, meu coração ermo,
Tornado a substância dispersa e negada
Do vento sem forma, da noite sem termo,
Do abismo e do nada!" 
(Fernando Pessoa)

"Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, 
aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim
."
(Vinícius de Moraes)

Existe coisa mais difícil de digerir do que a rejeição? É um sentimento que desestabiliza e provoca muita dor. Ficamos meio sem norte, meio sem chão quando nos sentimos rejeitados. E muitos sucumbem nessa dor.

O texto abaixo é um dos melhores que já li sobre o tema. Uma abordagem profunda que nos mostra uma maneira nova de repensar o assunto. Confira:

"Amor e Rejeição. Esta é a dor mais profunda que o ego pode sentir. Quando isto acontece e inevitavelmente um dia acontece, o sentimento de perda é brutal. O mundo se abre a nossos pés e nada mais importa ou tem valor na vida. Todas as nossas esperanças de amar e ser amado se desvanecem. Uma profunda depressão é o resultado do sentimento de perda se isso não for contido a tempo. Os olhos perdem o brilho e o mundo torna-se cinzento.

Esse processo pode levar anos para se desfazer e isso pode destruir totalmente a vida da pessoa. Torna-se amargo e ressentido. A um passo do desespero e de atos impensados. Quantos suicídios vêem daí?

A rejeição nos atinge desta forma porque achamos que não temos nenhum valor. Não passa pela nossa cabeça que isso não é um problema nosso; é um problema do outro. Quem está rejeitando é o outro.

Quando se tem o conhecimento e o controle da nossa própria produção de neurotransmissores e hormônios este sentimento de rejeição pode ser resolvido em questão de horas ou dias no máximo. Todo sentimento tem uma base bioquímica. É uma via de mão dupla. É possível criar e descriar. Então podemos tratar a situação de forma racional.

O que devemos fazer numa situação assim?

O senso comum nos diz para rejeitar também e talvez até odiar a outra pessoa. É um contra-ataque lógico. Neste caso a lógica não funciona.

O que devemos fazer é continuar amando, emanando amor como sempre fizemos.

Não importa o que o outro faz devemos continuar amando sempre. E não é um amor impessoal. É com o mesmo amor que sentíamos. Na verdade não deve haver nenhuma interrupção deste sentimento. Independentemente do que o outro faça. O amor não deve cessar nunca. Desta forma a dor não se instala e continuaremos felizes.

Isto pode parecer utópico e impossível para quem lê apressadamente. Podem achar que isso não existe. Que é teoria e romantismo. Não é.

Isso é absolutamente real e possível. Quando se atinge um nível de fusão com o Criador isso passa a ser o normal. Aliás, não poderia ser de outra forma. Quando nos tornamos amor só podemos amar. Não há como ser diferente. É uma felicidade contínua. Amamos independente das circunstâncias. Mesmo rejeitados continuamos amando o outro.
Continuaremos tratando bem, comunicando-nos, amando como sempre, embora não possamos expressar em sua totalidade o amor que sentimos. Porque esse é um problema criado pelo outro.



Esta é a única solução que existe. A única solução que funciona. A única atitude que podemos tomar para manter a nossa felicidade.

Continuar amando sem cessar, pois o amor é tudo na vida".

(Prof. Hélio Couto - www.profheliocouto.com.br)

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