Agradecendo à deputada estadual Ana Paula da Silva-SC, que
compareceu à posse no cargo para o qual foi eleita vestida com uma roupa de
decote extravagante. Devo a ela esta crônica, para nossa reflexão.
Começo recordando a frase de Martha Medeiros:
"Existe
uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso, esteja cada vez mais
rara: a elegância do comportamento. É um dom que vai muito além do uso correto
dos talheres e que abrange bem mais do que dizer um simples obrigado diante de
uma gentileza."
Neste
interessante caso, chamo a atenção para dois comportamentos, ambos
deselegantes. Na minha ótica, errou a deputada na escolha do traje. O chamativo
modelo (que lhe caiu muitíssimo bem, diga-se) seria perfeito numa festa, numa
balada, num jantar com amigos, num baile de Carnaval. Faltou o poder de
discernimento, faltou o bom senso, sim. A pessoa que sente necessidade de
mostrar seus atributos físicos independentemente do local e do momento é, no
mínimo, desequilibrada.
Do
outro lado, aqueles que, além de criticá-la, aproveitaram as redes sociais para
ofendê-la, são também deselegantes, mal educados, grosseiros... desequilibrados.
Aqui
não se trata de julgar alguém pelo traje. Não conheço a deputada nem sei de sua
atuação, mas isto não vem ao caso aqui. Houve um deslize. Insultá-la, porém, é
inadmissível.
Ela
(a deputada) diz que vai continuar usando o que quiser. O velho ego que se
recusa a ver limites, somado a uma boa pitada do odioso feminismo exacerbado.
Vivemos
numa sociedade cada vez mais confusa acerca de limites. Isto se reflete em
tudo, principalmente na educação dos filhos. Saímos de uma geração com muitos
limites e proibições para outra onde tudo – ou quase tudo – é permitido. A
humanidade é assim, oscila sempre entre os opostos. Demoramos muito a entender
que o equilíbrio está no meio.
Assim,
onde estará o limite? No século passado, alguém sequer entraria no recinto de
um Fórum sem trajes apropriados. Hoje, aceitamos um decote escandaloso. Amanhã,
poderemos aceitar shorts (afinal, está calor). E por que não topless? (Diriam
as feministas: “Homem não pode? Por que não nós?”) Qual o limite?
É
bobagem pensar nisso? Não creio.
Somos
o que somos, independentemente da roupa que vestimos. Isto é fato. Significa
que podemos chutar o pau da barraca e sairmos à rua da mesma forma que Deus nos
pôs no mundo? Poder, podemos. Mas devemos forçar limites?
Pergunto aqui, oportunamente, o que você sente lá dentro quando vê aquelas extravagantes (para não dizer esdrúxulas) manifestações feministas com mulheres nuas fazendo gestos obscenos em público?
Se você respondeu que se sente bem, você precisa de tratamento, lamento dizer. Talvez até mais do que essas feministas exibicionistas.
Se você respondeu que se sente bem, você precisa de tratamento, lamento dizer. Talvez até mais do que essas feministas exibicionistas.
Amigos,
se nossa liberdade interna estivesse circunscrita ao nosso modo de vestir,
estaríamos feitos. Aparências, aparências, aparências! A verdadeira luta do
homem seria muito simplória se fosse restrita a questões tão singelas! A
verdadeira luta do ego na sua travessia do oceano da vida é outra! É justamente
enxergar este mundo de ilusão, este mundo de aparências! É conseguirmos
derrubar os véus e vislumbrarmos o verdadeiro mundo interno, o mundo do
Espírito Sempiterno, o mundo dos valores eternos da alma! Nossa verdadeira tarefa como seres aqui encarnados é conseguirmos emergir do mundo da mente pequena para o mundo da
Mente Oniabarcante, única, que nos liga a todos qual uma teia gigante.
Sejamos
elegantes de alma. Saibamos enxergar as armadilhas daquele que quer se mostrar – o ego – para que elas não nos atrapalhem na
nossa infinita jornada rumo a nós mesmos.
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