quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Que Brote a Luz da Mudança

«Na dormência das águas de um pântano estagnado, na placidez torpe de um manto de água escura, uma flor brotou à superfície e abriu-se à luz do sol. Na beleza das suas pétalas delicadas, a luz encontrou um meio de penetrar dentro desse pântano, alimentando as sementes que neste se encontravam adormecidas. Tempos depois, na força dessa nova Luz que chegava ao mais profundo recanto desse imenso pântano, milhares de flores começaram a brotar à superfície, canalizando, através das suas raízes profundas, torrentes de luz e com esse gesto de Amor, ajudando no despertar de todas as outras.»

Na verdade algo de profundo está acontecer no planeta, não apenas na contraparte física do espaço onde nos encontramos encarnados, mas também na dimensão interna de nós próprios que, unificados a um mesmo princípio-humanidade sentimos, numa vivência interior e muito particular, essas mesmas mudanças.

Hoje, muitas são as flores que brotam à superfície desse pântano e que, aos olhos daquelas que permanecem em estado de semente, parecem estranhas, loucas... No fundo é a repetição da Alegoria da Caverna de Platão. Não vos compete a vós, no entanto, tentar convencê-las da existência desse Sol imenso que as aguarda, mas sim canalizar para todos, na forma de Luz e Amor, essa energia que deverá ser doada incondicionalmente.

Será a qualidade do vosso Amor que, tal como adubo lançado à terra, irá permitir que essas sementes se transformem em flores e que essas flores se abram à Luz Maior que sempre esteve presente dentro delas através da VIDA: da única VIDA existente.

Que não procurem, por isso mesmo, justificações, perante os outros, para os caminhos escolhidos, para as opções que vos foram dadas viver, para a visão esclarecida e sábia de quem em si compreendeu o mistério que está por detrás da existência, mesmo que ainda não seja capaz de formalizar tal vivência em palavras. Não são as explicações teóricas, os argumentos lógicos, as estruturas mentais formalizadas em rituais tantas vezes arcaicos, que irão fazer com que esta humanidade desperte, mas sim o Amor. Por vezes, diante do cepticismo daqueles que estão à vossa volta, basta um simples sorriso. Um sorriso que, na segurança e na tranquilidade profunda de quem já se abriu a essa Luz, irá estimular nos outros esse mesmo despertar.

Estes são tempos de profundas mudanças, como sabeis. De mudanças que irão resgatar esta humanidade de uma cegueira que a condenou à mais profunda ignorância. E isso é algo que se sente no ar. É o próprio chilrear dos pássaros que vos dá notícia disso, é o som do vento no curvar das árvores que anuncia essas transformações, é o ressoar espumoso das ondas na enseada, o perfume doce e cristalino das plantas que vos embriagam com a sua PAZ Profunda.

É o próprio respirar deste planeta cansado que vos fala e vos alerta para aquilo que já está visível. O planeta já compreendeu e já aceitou essas mudanças. Apenas a humanidade da superfície do planeta continua a insistir nos mesmos caminhos, nos mesmos erros, na ilusão de quem ainda não compreendeu que esta civilização já não tem lugar num planeta que, tal como árvore no Outono, precisa despir-se das folhas secas para que na Primavera novas folhas, novas flores e novos frutos possam brotar, rejuvenescendo a própria árvore.

Mas isto é para ser vivido com tranquilidade, sem alimentar expectativas. Sem que se deixem levar nas correntes fanáticas e fundamentalistas de quem ainda não compreendeu que o processo é para acontecer primeiro dentro de vocês e só depois se estenderá ao mundo inteiro. É através do Amor daqueles que já estão prontos que este planeta poderá finalmente ser curado da doença que o atormenta.

E para isso basta um simples sorriso vindo de dentro do vosso Ser Interno para que mais uma ferida seja sarada, para que mais uma lágrima se transforme em esperança renovada, para que mais uma semente de Lótus venha à superfície e se abra, na frescura de uma flor que acabou de nascer, à LUZ MAIOR.

E à medida que as flores de lótus se abriam à LUZ mais Alta, uma outra flor aguardava pacientemente que estas despertassem, lançando sobre as águas escuras do pântano uma doce fragrância que as pacificou. Todas elas repararam que o perfume era exalado por uma flor que se erguia sobre as margens, dobrada em reflexos suaves que o ondular do pântano distorcia. Ficaram maravilhadas! O seu perfume transportava Inocência, Simplicidade, Candura, Harmonia e PAZ. E as flores de lótus aproximaram-se da margem, perguntando em uníssono: “Qual é o teu nome?”. E a flor da margem respondeu: “O meu nome é LIS”.

(Texto chegou sem autor)