"Acredita-se que para alcançar aceitação social, temos que
agir igual aos outros. Todos, então, se tornam parecidos e desejam as mesmas
coisas. As singularidades de cada um desaparecem, chegando a um ponto em que
não dá mais para saber o que realmente se deseja ou o que se aprendeu a
desejar."
(Regina Navarro)
Mais um Natal e a velha história, o velho comportamento, os velhos hábitos se repetem.
Muito oportunamente, um amigo nosso colocou esta foto no seu perfil do Facebook. Como diz o ditado, uma foto vale mais do que mil palavras; e a foto acima diz tudo: a turba, cega, vai às compras. Consumir e consumir, sem reflexão. Este é o espírito deturpado do Natal. Isto é o que fizemos com o Natal.
Paremos um segundo, que seja, para refletir. Precisamos ir atrás da manada? Precisamos seguir os apelos mercantilistas? O que estamos festejando, afinal?
Afora o consumismo desenfreado, outro contra-senso é participar da grande matança, principalmente de perus. É um grande massacre. E fazemos isto com o coração tranquilo de que estamos "enaltecendo a paz", estamos festejando condignamente aquele que nos trouxe a paz!
É tempo de tirar as viseiras e observar quão hipócrita é o nosso comportamento. Além das embalagens bonitas de tenders, perus e presuntos existe um mundo cruel, de muita dor e sofrimento que os invólucros não mostram. Olhar para este mundo com profundidade, ver o que está além das coloridas aparências é urgente. Quanto mais as populações se tornam maciças, maior é a matança de animais e mais se desenvolvem fórmulas para que as crias (vistas não como crias, não como seres, mas como mercadoria) engordem mais rápido e dêem lucro mais cedo. Hormônios, alimentação artificial, espaços reduzidos, lâmpadas acesas, qualquer instrumento de tortura vale, desde que o animal consuma mais alimento e dê continuação lucrativa a essa indústria insana e selvagem.
Entretanto, pequenos sinais de mudança começam a aparecer, aqui e ali. O despertar começa a ocorrer. Leia o texto abaixo, publicado no Jornal Ganapati e em vários sites e blogs pró-vegetarianismo:
Padre nova-iorquino leva o veganismo e os direitos
animais para dentro da Igreja
Frank Mann, um padre de Nova York, está causando uma
verdadeira revolução em sua igreja. Recentemente, ele teve um despertar pessoal
profundo para o sofrimento dos animais e, desde então, incorporou o veganismo e
a defesa dos direitos animais em sua vida espiritual, visando um mundo mais
justo e pacífico, inspirado por visionários como Dorothy Day e Thomas
Merton, que têm mostrado compaixão e liderança moral em face da injustiça
contra animais.
O padre afirma que, um dia, viu um outdoor na rua com
duas imagens: um filhote de cão e um leitãozinho. Observando as duas imagens, o
padre diz ter pensado, pela primeira vez, no que realmente diferenciava um e
outro. “A mensagem saltou e agitou-se na minha alma. Por que amo um, mas como o
outro? No dia seguinte, deixei de comer carne de qualquer animal (incluindo
peixes). Continuando a olhar a mensagem do outdoor, pelo que parecia ser
uma eternidade, eu pensei comigo mesmo: são porcos, vacas, galinhas e perus
muito diferentes de gatos e cães?”
O religioso, através de seu contato com as pessoas,
decidiu levar, além da palavra cristã, o amor e a compaixão aos animais em seus
discursos.
“O que me angustia, no entanto, é a falta intrigante e
angustiante de qualquer oposição clara e vocal à crueldade animal, dentro da
Igreja. A Igreja sempre foi um campeão forte para a dignidade da vida humana em
meio a uma cultura de morte e estou um pouco decepcionado e triste com a
ausência de qualquer forma significativa, inspiradora e motivacional de
pregação pelos animais, para escrever e ensinar questões tão urgentes como os
direitos animais e seu bem-estar e segurança”, escreveu o padre no site The Tablet.
Padre Frank é um bom exemplo de como a compaixão e
a consciência do direito à vida de cada animal faz parte, também, de
uma vida espiritual sadia, independente de uma religião, crença ou
seita.
Os animais fazem parte de nossa vida e escolher fazer
parte, positivamente, da vida de cada um deles está nas suas mãos. Seja vegano
e lute pelo fim da tortura e sofrimento de todos os animais.