sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Medicina Funcional e Indiferença Animal

Medicina Funcional, Medicina Alternativa, Medicina Preventiva, Medicina da Longevidade Saudável... estes são alguns dos nomes para uma nova medicina que está aí revolucionando os meios ortodoxos, porque utiliza suplementos em vez de medicamentos de farmácia. E investe na prevenção, o que é sempre melhor do que cuidar da doença depois que ela se instala.

Sou adepta desse tipo de medicina, que também recomenda mudanças na alimentação. Uma coisa, porém, não engulo: a maioria dos profissionais que segue essa linha alternativa, recomenda ingestão de carne e até de gordura de porco.

Sei muito bem - por experiência própria - que gordura de porco é muito mais saudável do que margarina. Fui criada comendo torresmo com farinha e nunca tive taxa elevada de colesterol. Mas o que me deixa perplexa (vegetariana que sou desde 1991), é o pouco caso que esses médicos fazem do sofrimento animal na nossa sociedade de consumo.

Comer carne nos dias de hoje é completamente diferente da forma como os povos antigos comiam. Os animais eram livres, abatidos em caçadas. A sociedade contemporânea, com seu regime de confinamento e técnicas de engorda e abate, transformou a vida dos bichos num verdadeiro inferno na terra. As maiores vítimas são os frangos, os bois e os porcos.

E aí, fico pensando com meus botões: o que será do nosso futuro se até doutores que seguem caminhos não ortodoxos, permanecem totalmente indiferentes ao sofrimento supremo dos nossos irmãos animais? Fala-se em holocausto animal, o que acho pertinente. 

E muitos de nós ainda dizem que amam os animais! Amam os animais, ou amam algumas espécies animais? Somos insensíveis a toda essa ignomínia?



Estas são algumas das práticas realizadas pelos criadores de porcos, com o nosso beneplácito:

* Os filhotes têm suas caudas amputadas e dentes cortados, a cru;

* Os machos são castrados sem anestesia;

* As porcas vivem entaladas entre barras, o que impede o simples movimento de virar-se. Ao ter suas crias, conseguem apenas alimentá-las e por muito pouco tempo, pois os leitões são apartados das suas mães muito cedo;

* Atividades essenciais e básicas como correr, andar na terra, tomar banho de sol ou de lama, respirar ar fresco, são todas suprimidas.

A Essere Animali, bem como inúmeras ONGs ressaltam que os porcos são animais inteligentes, amorosos e brincalhões. E são obrigados a suportar uma existência miserável, dentro das grandes fazendas de criadores absolutamente sem sensibilidade para o inominável sofrimento desses seres.

“Depois do sofrimento também no transporte, os porcos são mortos nos matadouros por sangria, através do corte da jugular, depois de terem sido eletrocutados para ficarem atordoados. Por causa dos ineficazes métodos de atordoamento, muitos porcos ainda estão vivos quando são atirados para dentro de água  fervente, que serve para lhes retirar os pelos do corpo e para lhes amaciar a pele. Quando são mortos, os porcos machos ainda são pouco mais velhos do que bebês – têm apenas cerca de seis meses de idade.” (http://www.institutoninarosa.org.br/site/veg/).

Outro dia, ao ler no Facebook essa nova apologia ao consumo de banha de porco, publicada por um médico que sempre admirei, comentei: "A pergunta que faço é: será que diante da forma totalmente insensível dos criadores de porcos da nossa sociedade contemporânea; será que diante desse verdadeiro holocausto a que submetemos esses seres que sofrem e nada podem fazer por si mesmos para mudar sua situação, temos o direito de falar apenas setorialmente? Não creio, me perdoe. Acabar com o holocausto animal é dever de cada um de nós. Há muitas formas de obter boa saúde. Não necessariamente colaborando com essa carnificina". Tinha alguma esperança de que ele respondesse. Mas não disse nada.

Sigo apostando no bom senso e na sensibilidade. Uma humanidade que contribui para o banho de sangue gigantesco que está aí, não pode ir longe. Precisa ser repensada. 

Fiquei feliz ao encontrar este lúcido comentário: “Antes que alguém diga que precisamos consumir carne para garantir nossa subsistência, lembro que há até fisiculturistas vegetarianos. Ainda que este argumento fosse defensável, porém, devemos pensar se a nossa suposta necessidade por este tipo de alimento justifica que submetamos os animais a atos de crueldade, torturas e dores inimagináveis. Irracionais não são apenas os animais; somos também nós, os humanos, quando permitimos que este tipo de brutalidade ocorra.” (Aurélio Munhoz)

Sugiro aqui um bom vídeo para refletirmos e mudarmos nossos paradigmas. Trata-se de
"Os segredos do marketing de alimentos": https://www.youtube.com/watch?v=rDPRtLW4WBM

Repensemos. Mudemos. Por eles. O horror que vivem extrapola o razoável e exige um olhar compassivo de nossa parte.  

Nenhum comentário: