quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Reflexão Sobre a Morte

“A contemplação da morte é o próprio fundamento da disciplina espiritual." 
(Sathya Sai Baba)

"Quem vive deve morrer, passando da natureza para a eternidade." 
(Shakespeare)

No Dia dos Mortos, uma bela reflexão de Osho:

A morte é o maior mistério da vida. A vida tem muitos mistérios, mas não existe nada que se compare à morte. A morte é o clímax, o crescendo. A pessoa tem medo dela porque ela ficará perdida, ela se dissolverá nela.

Ela tem medo da morte por causa do ego — o ego não pode sobreviver à morte. Ele ficará nesta margem quando você passar para a outra; ele não pode ir com você. E o ego é tudo o que você sabe sobre si mesmo, daí o medo, o grande medo: "Eu não existirei mais depois de morrer."

Mas existe uma grande atração também. O ego você perderá, mas não a sua realidade. Na verdade, a morte lhe revelará a sua verdadeira identidade; ela levará embora todas as máscaras e revelará a sua face original.

A morte tornará possível, pela primeira vez, que você encontre o seu âmago mais profundo, a sua subjetividade mais profunda assim como ela é, sem nenhuma camuflagem, sem nenhum fingimento, sem nenhuma personalidade falsa. Por isso é que todo mundo tem medo da morte e se sente atraído por ela.

Essa atração foi mal-interpretada por Sigmund Freud, que achou que havia um desejo de morte no ser humano — ele o chamou de Thanatos. Ele dizia, "O homem tem dois instintos básicos, fundamentais; um é Eros — um desejo profundo de viver, de viver para sempre, um desejo pela imortalidade — e o outro é Thanatos, o desejo de morrer, de acabar com tudo".

Ele não entendeu o espírito da coisa, pois ele não era um místico; ele só conhecia uma face da morte — que ela é o fim da vida —, ele só sabia uma coisa: que a morte é o fim. Ele não se deu conta de que a morte é também um começo.

Todo fim é somente um começo, porque nada acaba totalmente. Nada pode jamais acabar. Tudo continua, só a forma muda. A sua forma morrerá, mas você também tem algo sem forma em você. O seu corpo não existirá mais, mas você tem algo aí dentro, dentro do seu corpo, que não faz parte do seu corpo.

A sua parte terrena voltará à terra, é pó sobre pó, mas você tem algo do céu em você, algo do além, que empreenderá uma nova jornada, uma nova peregrinação. A morte causa medo se você pensar no ego, e ela agrada você, atrai você, se você pensar no seu verdadeiro eu.

Então a pessoa sente uma vaga atração pela morte; se você ficar totalmente consciente dela, ela pode se tornar uma compreensão transformadora, pode se tornar uma força de mutação.

Procure entender tanto o medo quanto a atração. E não pense que eles sejam opostos — eles não se sobrepõem, eles não são opostos um do outro; eles não interferem um no outro. O medo está voltado para uma direção: o ego; e a atração está voltada para uma dimensão totalmente diferente: o eu destituído de ego.

E a atração é muito mais importante do que o medo. O praticante de meditação tem de superar o medo. Ele tem de se apaixonar pela morte, tem de convidar a morte — o praticante de meditação não tem de esperar por ela, ele tem de evocá-la, pois a morte é uma amiga para ele.

E o praticante de meditação morre antes do corpo. E essa é uma das mais belas experiências da vida: o corpo continua vivendo, externamente você continua vivendo como sempre, mas interiormente o ego não existe mais, o ego morreu.

Agora você está vivo e morto ao mesmo tempo. Você se tornou um ponto de encontro entre a vida e a morte; você contém agora os opostos polares e é grande a riqueza quando os dois opostos polares estão presentes.

E esses são grandes opostos polares, a vida e a morte. Se abarca ambos, você será capaz de abarcar Deus, pois Deus é ambos. Uma face de Deus é a vida, a outra face é a morte.

Isso é belo — não torne isso um problema.


Medite a respeito, faça disso uma meditação e você será imensamente beneficiado.


("O Livro do Viver e do Morrer: Celebre a Vida e Também a Morte")

domingo, 16 de outubro de 2016

Dia Mundial da Alimentação

Que tal aproveitarmos a data para refletirmos sobre o vegetarianismo? Ser vegetariano, hoje, é primordial, porque estamos constatando o quanto o consumo de carne prejudica o meio ambiente! A sociedade de consumo vem dizimando florestas para o pasto, consumindo milhões e milhões de litros de água para aplacar a sede dos grandes rebanhos, bem como para o plantio de soja e outros produtos destinados à alimentação animal. 

Afora isto, onde anda a nossa compaixão? O homem aperfeiçoou técnicas de criação e abate de arrepiar os cabelos das pessoas sensíveis! 

Galinhas amontoadas em cubículos, sem direito à luz do sol, sem direito sequer a dormir, porque luzes são acesas nos aviários, a fim de que elas não saibam o que é dia e o que é noite, e somente comam o tempo inteiro de suas tristes existências! 

Porcas são criadas em ambientes minúsculos, para que mal possam se mover e engordem mais rapidamente!


[Veja o discurso de Philp Wollen - 10 minutos de Lucidez: https://vimeo.com/69379456]

Tome uma atitude e mude! O que impede a sua mudança? O paladar? Come-se muito bem sendo vegetariano! O hábito? Hábitos nocivos existem para ser transcendidos! 

Medite nestes pensamentos:



"Nada beneficiará tanto a saúde humana e aumentará as chances de sobrevivência da vida na Terra quanto a evolução para uma dieta vegetariana. A ordem de vida vegetariana, por seus efeitos físicos, influencá o temperamento dos homens de uma tal maneira que melhorará em muito o destino da Humanidade." - Albert Einstein


"Haverá um tempo em que os seres humanos se contentarão com uma alimentação vegetariana e julgarão a matança de um animal inocente da mesma forma como hoje se julga o assassino de um homem." Leonardo da Vinci



"O alimento animal é incompatível com as necessidades do corpo humano. Existem proteínas de melhor qualidade nos alimentos vegetarianos." - Sathya Sai Baba


"Enquanto o homem continuar a ser o destruidor dos seres animados dos planos inferiores, não conhecerá a saúde nem a paz. Enquanto os homens massacrarem os animais, eles se matarão uns aos outros. Aquele que semeia a morte e o sofrimento não pode colher a alegria e o amor." - Pythagoras



"Se os matadouros tivessem paredes de vidro, todos seriam vegetarianos. Nós nos sentimos melhores com nós mesmos e melhores com os animais, sabendo que não estamos contribuindo para o sofrimento deles." - Paul e Linda McCartney


"Olhe no fundo dos olhos de um animal e, por um momento, troque de lugar com ele. A vida dele se tornará tão preciosa quanto a sua e você se tornará tão vulnerável quanto ele. Agora sorria, se você acredita que todos os animais merecem nosso respeito e nossa proteção, pois em determinado ponto eles são nós e nós somos eles.” – Philip Ochoa



"O homem rejeita a alma e o direito à vida dos animais, assim como o caucasiano fazia com os negros do passado." - Vaughan

"Coloque uma criança pequena num chiqueirinho, com uma maçã e um coelho de verdade. Se ela comer a maça e brincar com o coelho, ela é normal; mas se ela comer o coelho e brincar com a maçã, eu lhe compro um carro novo. Em algum momento ao longo de nosso trajeto, fomos ensinados a fazer a coisa errada." - Maynard


"Eu não como carne porque vi carneiros e porcos sendo mortos. Eu vi e senti a dor desses animais. Eles sentem a aproximação da morte. Eu não pude suportar a cena. Chorei como uma criança. Corri para o topo da colina e mal conseguia respirar…senti-me sufocado…senti a morte do carneiro." - Vaslav Nijinsky

"Não permitas que ninguém negligencie o peso de sua responsabilidade. Enquanto tantos animais continuam a ser maltratados, enquanto o lamento dos animais sedentos nos vagões de carga não seja emudecido, enquanto prevalecer tanta brutalidade em nosso matadouros... todos seremos culpados. Tudo o que tem vida, tem valor como um ser vivo, como uma manifestação do mistério da vida." -Albert Schweitzer

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

A Revolução Interna

“A única revolução possível é dentro de nós.” - Gandhi


Nada como uma eleição para deixar nossos egos mais exacerbados do que já são. Nada como uma eleição para mostrar na nossa cara o quanto somos infantis. 

A humanidade vive um impasse, nestes tempos de crise. Nossa verdadeira luta não é entre esquerda e direita; nossa verdadeira luta envolve algo imensamente maior do que a nossa política partidária circense: é a luta para amadurecermos. Nosso despreparo, nossa superficialidade gigantesca, nossa teimosia em cultivar valores externos, nosso medo de mergulhar nas profundezas do nosso ser, tudo isto tem nos impulsionado a um caminho suicida. 

Uma humanidade que não investe no autoconhecimento é uma humanidade que apenas sobrevive, flutuando na superficialidade das coisas. E viver na superficialidade das coisas é viver infantilmente, deixando-se levar fácil por uma corrente ou por outra. É aceitar perpetuar-se no jardim da infância da existência. É ser escravo.

Observo, com uma certa estupefação, até mesmo aspirantes espirituais cedendo aos impulsos do socialismo, caindo nessa armadilha de acreditar que estão sendo espiritualistas se seguirem as cartilhas socialistas. Essa estupefação não é só minha (felizmente). Outro dia, conversando com uma pessoa ímpar (desses sábios que a gente só encontra raramente), ele se mostrou preocupado com o nível de contaminação psíquica a que chegamos. Citou-me como exemplo um monge indiano amigo dele que, depois de anos no Brasil, convivendo com pessoas do meio universitário, passou a defender ideias comunistas como um bom remédio para a desigualdade social. Ou seja: esqueceu a própria fonte da tradição espiritual na qual se instruiu!

A nossa eterna infantilidade torna-nos presas fáceis para aqueles manipuladores do poder. Não importa se são de direita ou de esquerda. Aliás, para começar, sequer conseguimos vislumbrar que os dois extremos, comunismo e nazismo (extrema esquerda e extrema direita), são duas faces de uma mesmíssima moeda. (Aqui está uma ótima lição de história, para quem quiser conferir: http://thoth3126.com.br/nazismo-e-comunismo-ambos-manipulados-pela-elite-capitalista/).

Não, a nossa saída não está nem na direita nem na esquerda. Nossa saída está, em primeiro lugar, em olharmos para nós mesmos, porque o tempo da nossa civilização infantil está acabando e os sinais são escandalosamente claros, quer falemos de sociedade, quer falemos de meio ambiente. 

Não há mais contemporização! Chegou a hora de deixarmos os brinquedos de lado e encararmos a realidade da vida. A realidade é esta: somos todos co-criadores da nossa história, sim, e a Física Quântica chegou para nos ensinar o quanto isto é verdade! "A realidade é alterada com o olhar do observador" - isto não é mágica, isto é quântica! 

Eu acredito num futuro de luz, de paz, de irmandade, sim. No entanto, somente aqueles que empreenderem a árdua jornada em direção ao autoconhecimento, verão esse novo horizonte. Somente aqueles que ousarem olhar para a própria sombra lograrão vislumbrar a própria luz. Somente aqueles que investirem nos valores do espírito estarão investindo na construção de um novo mundo. 

Sugiro que meditemos nas palavras destes mestres sobre política:

“As ideologias, por mais engenhosas que possam ser, finalmente produzem ilusões perigosas – sejam as da direita, do centro ou da esquerda, todas elas terminam nas grandes burocracias que controlam o homem, ou nos campos de concentração, ou no destrutivo moldar do ser humano a dado conceito. Isso é o que sucede em todo o mundo.” (Krishnamurti - La Totalidad de la Vida)

“A revolução e a transformação interna se fazem muito mais urgentes do que a criação de novas leis, ideologias ou de sistemas políticos. O que é o capitalismo, o socialismo, o anarquismo, o liberalismo, o comunismo, ou qualquer outro ‘ismo’, senão uma tentativa desesperada do ser humano em conviver melhor em sociedade? Portanto, com a chegada de uma nova era, iremos nos preocupar muito mais com a mudança das consciências do que com os aspectos políticos ou partidários do mundo.” (Luciano B. Montelatto, membro da Sociedade Teosófica do Brasil)

PÉROLAS DE OSHO SOBRE A POLÍTICA:

"Joseph Stalin matou mais de um milhão de russos e a Rússia não tinha um milhão de pessoas ricas. Aquele um milhão era de pessoas pobres, as pessoas para quem a revolução havia sido feita, em nome de quem Stalin tornou-se um ditador e estava governando o país. Por que aquelas pobres pessoas foram mortas? Elas não estavam conscientes de que ao escolher o Partido Comunista e fazer a revolução elas estavam cometendo um engano. Elas apenas pensavam que os comunistas iriam fazer todo mundo ficar rico. (...) A ideia delas era simples, elas eram pessoas simples. Pensavam que quando o Partido Comunista estivesse no poder, todo mundo ficaria rico, feliz e empregado. (...) Eles não fizeram a revolução e não lutaram contra o czar e seu reinado por causa dessas coisas. Primeiro eles ficaram chocados. O czar e toda a sua família - dezenove pessoas – foram brutalmente assassinados, e um deles era um bebê com apenas seis meses de vida. Eles não deixaram nem aquela garotinha viver, e ela nenhum mal tinha feito a quem quer que fosse, ela ainda nem sabia o que era a vida e nem estava preocupada com ricos e pobres nem com todo esse jargão. Eles os colocaram de pé numa fila e atiraram com uma metralhadora." 

"Adolf Hitler sozinho matou seis milhões de pessoas por um simples e estúpido desejo: dominar todo o mundo.(...) Nunca antes as pessoas foram mortas em tão grande quantidade e com tanta precisão científica. Ele construiu câmaras de gás. Mil pessoas podiam ser colocadas numa câmara de gás; apenas um interruptor era ligado e podia-se ver nas chaminés que, em poucos segundos, todas aquelas mil pessoas tinham desaparecido numa fumaça. Apenas os ossos permaneciam. Eles fizeram fossos com quilômetros de extensão que foram enchidos com os ossos. Depois da guerra, quando aqueles fossos foram abertos, ninguém acreditava que algum homem pudesse ter feito aquilo." 

"Os políticos certamente precisam ser expostos porque até onde eu posso ver, se eles forem expostos completamente, a humanidade, pela primeira vez, será capaz de se livrar da política. A política é uma doença e ela deve ser tratada exatamente como tal. Ela é mais perigosa do que câncer e se uma cirurgia for necessária, ela deverá ser feita."
Toda a programação de nossa mente está errada. Nós fomos programados para sermos ambiciosos. E é aí que entra a política. Ela tem poluído a sua vida normal e não apenas o mundo habitual dos políticos." 

"Nos relacionamentos humanos existe política em todo lugar. O homem incapacitou a mulher. Isso é política."

"Metade da humanidade é constituída por mulheres. O homem não tem direito algum de incapacitá-la, mas por séculos ele a tem incapacitado completamente. Ele não permitiu que ela tivesse acesso à educação. Ele não lhe permitiu sequer que ouvisse as escrituras sagradas."

"O homem tem tentado de todas as maneiras cortar a liberdade da mulher. Isto é política; isto não é amor."

"Na China, por milhares de anos, o marido podia matar a esposa. Somente em 1951 uma nova lei surgiu proibindo isto. Até 1951 o marido estava autorizado, caso ele quisesse, matar sua esposa, era uma questão que dizia respeito a ele. Ela era a sua mulher, uma posse. O sistema de leis não tinha interesse algum em interferir nas suas posses. E, além disto, na China pensava-se que a mulher não tinha alma; somente o homem tinha. É por isto que na história da China você não encontra uma única mulher com a importância de um Lao Tzu, Chuang Tzu, Lieh Tzu, Confúcio, Mencius. Se você não tem alma, você é apenas uma coisa, não consegue competir com o homem."

"Metade da humanidade, em todos os países, em toda civilização, foi destruída pela política de família. Você pode não chamar isto de política, mas é política. Sempre que existe um desejo de ter poder sobre outras pessoas, isto é política. O poder é sempre político, mesmo quando se trata de pequenas crianças. Os pais pensam que as amam, mas apenas em suas mentes, porque o que eles querem são crianças obedientes. E o que significa obediência? Significa que todo o poder fica nas mãos dos pais."
       
"O homem precisa ser exposto em todos os pontos em que a política entra, e ela entra em todo lugar, em todos os relacionamentos. Ela contaminou toda a vida do homem e continua contaminando."


"Em suas escolas vocês ensinam as crianças a serem os primeiros da sala. Por que? Você já pensou na psicologia disto?  A pessoa que chega primeiro começa a se tornar um egoísta: ela é a primeira. E a pessoa que chega por último começa a se sentir inferior. Qual a necessidade de se fazer isto? Os exames deveriam simplesmente ser abolidos. Não há necessidade alguma de exames. Os professores podem simplesmente dar notas todos os dias da mesma maneira como eles controlam a frequência. Eles podem dar notas todos os dias a todas as crianças e no final aquele que demonstrar maior aproveitamento passa mais cedo para uma classe mais elevada. Aquele que for um pouco mais preguiçoso, passará um pouco depois. Mas sem qualquer exame e sem a classificação de ‘primeira classe, segunda classe, terceira classe’. Isto se torna um estigma."


"Eu realmente quero expor todo tipo de política. Eu não estou preocupado com os políticos, mas com a maneira como a política funciona: ela é feia, ela é desumana, ela é bárbara. Nós deveríamos viver de uma maneira não-política. Nossos relacionamentos deveriam ser não-políticos, senão, nós não teremos relacionamentos, mas apenas nomes, rótulos, e por trás desses rótulos o conteúdo é algo diferente.”

terça-feira, 11 de outubro de 2016

Dia das Crianças

Parabéns a todas as crianças do mundo! 
Sonho com o dia em que as crianças - todas elas - sejam amadas e respeitadas em sua essência! Que todas sejam felizes e alegres!  

ORAÇÃO PELAS CRIANÇAS

Diante os terríveis perigos que rondam as pessoas, sendo as crianças as maiores vítimas, invocamos o Poder Incognoscível que preenche o Universo e, ao mesmo tempo em que invocamos o socorro de todas as legiões angélicas e seres de luz, decretamos:

- Que sejamos guardiões da pureza infantil, incluindo a pureza da nossa criança interior;

- Que lutemos para preservar os direitos de todas as crianças, começando pelas que estão próximas;

- Que criemos lares onde os valores do espírito prevaleçam, para que as crianças aprendam, a partir de casa, que caráter é mais importante do que dinheiro;

- Que nunca esqueçamos da nossa responsabilidade diante das nossas crianças, pois o exemplo que damos a elas é infinitamente mais educador do que a palavra.

Assim seja! Assim é! Assim será!



A declaração abaixo é de 20 de novembro de 1959. Já tem 57 anos. E, como podemos constatar ao lê-la, estamos ainda longe de cumpri-la. Não desanimemos. Se cada pessoa se empenhar, primeiramente dentro de si mesma e em seguida dentro do seu próprio lar-laboratório, em mudar, estará contribuindo para um mundo mais justo para as crianças.

Sempre é bom lembrar, nessa tendência contemporânea de supervalorizar o intelecto e desvalorizar os valores da alma, que a verdadeira educação não diz respeito apenas a uma boa estrutura intelectual. Diz respeito à base, aos sólidos princípios, aos valores humanos acima de tudo: aquela educação que forma o caráter, que produz adultos íntegros, profissionais sérios que não vão atrás de corrupção e ganhos fáceis. Esta educação tem mais a ver com o exemplo que damos aos nossos filhos do que com o que dizemos aos nossos filhos. 

Diz o Avatar Sri Sathya Sai Baba:


"Caráter é a Unidade entre Pensamento, Palavra e Ação. 0 caráter torna a vida imortal. Há quem diga que saber é poder, mas eu digo que caráter é poder.”


DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DAS CRIANÇAS - UNICEF

Princípio I
- A criança desfrutará de todos os direitos enunciados nesta Declaração. Estes direitos serão outorgados a todas as crianças, sem qualquer exceção, distinção ou discriminação por motivos de raça, cor, sexo, idioma, religião, opiniões políticas ou de outra natureza, nacionalidade ou origem social, posição econômica, nascimento ou outra condição, seja inerente à própria criança ou à sua família.

Princípio II
- A criança gozará de proteção especial e disporá de oportunidade e serviços, a serem estabelecidos em lei por outros meios, de modo que possa desenvolver-se física, mental, moral, espiritual e socialmente de forma saudável e normal, assim como em condições de liberdade e dignidade. Ao promulgar leis com este fim, a consideração fundamental a que se atenderá será o interesse superior da criança.

Princípio III
- A criança tem direito, desde o seu nascimento, a um nome e a uma nacionalidade.

Princípio IV
- A criança deve gozar dos benefícios da previdência social. Terá direito a crescer e desenvolver-se em boa saúde; para essa finalidade deverão ser proporcionados, tanto a ela, quanto à sua mãe, cuidados especiais, incluindo-se a alimentação pré e pós-natal. A criança terá direito a desfrutar de alimentação, moradia, lazer e serviços médicos adequados.

Princípio V
- A criança física ou mentalmente deficiente ou aquela que sofre da algum impedimento social deve receber o tratamento, a educação e os cuidados especiais que requeira o seu caso particular.

Princípio VI
- A criança necessita de amor e compreensão, para o desenvolvimento pleno e harmonioso de sua personalidade; sempre que possível, deverá crescer com o amparo e sob a responsabilidade de seus pais, mas, em qualquer caso, em um ambiente de afeto e segurança moral e material; salvo circunstâncias excepcionais, não se deverá separar a criança de tenra idade de sua mãe. A sociedade e as autoridades públicas terão a obrigação de cuidar especialmente do menor abandonado ou daqueles que careçam de meios adequados de subsistência. Convém que se concedam subsídios governamentais, ou de outra espécie, para a manutenção dos filhos de famílias numerosas.

Princípio VII
- A criança tem direito a receber educação escolar, a qual será gratuita e obrigatória, ao menos nas etapas elementares. Dar-se-á à criança uma educação que favoreça sua cultura geral e lhe permita - em condições de igualdade de oportunidades - desenvolver suas aptidões e sua individualidade, seu senso de responsabilidade social e moral. Chegando a ser um membro útil à sociedade.
O interesse superior da criança deverá ser o interesse diretor daqueles que têm a responsabilidade por sua educação e orientação; tal responsabilidade incumbe, em primeira instância, a seus pais.
A criança deve desfrutar plenamente de jogos e brincadeiras os quais deverão estar dirigidos para educação; a sociedade e as autoridades públicas se esforçarão para promover o exercício deste direito.

Princípio VIII
- A criança deve - em todas as circunstâncias - figurar entre os primeiros a receber proteção e auxílio.

Princípio IX
- A criança deve ser protegida contra toda forma de abandono, crueldade e exploração. Não será objeto de nenhum tipo de tráfico.
Não se deverá permitir que a criança trabalhe antes de uma idade mínima adequada; em caso algum será permitido que a criança dedique-se, ou a ela se imponha, qualquer ocupação ou emprego que possa prejudicar sua saúde ou sua educação, ou impedir seu desenvolvimento físico, mental ou moral.

Princípio X
- A criança deve ser protegida contra as práticas que possam fomentar a discriminação racial, religiosa, ou de qualquer outra índole. Deve ser educada dentro de um espírito de compreensão, tolerância, amizade entre os povos, paz e fraternidade universais e com plena consciência de que deve consagrar suas energias e aptidões ao serviço de seus semelhantes.

terça-feira, 4 de outubro de 2016

Dia Mundial dos Animais

“Deus quer que ajudemos os animais, se necessitam de ajuda. Todas as criaturas em desgraça têm o mesmo direito de proteção.” – São Francisco de Assis

Hoje, Dia de São Francisco de Assis, é também o Dia Mundial do Animal. Lamentavelmente, não temos o que comemorar neste dia, pela forma como a humanidade vem tratando esse reino tão sofrido, tão espoliado! Os animais não têm como se defender de nós. E nós estamos explorando os animais de uma maneira jamais vista. Com nossa insensibilidade à dor daqueles que não sabem falar como nós. Com nosso descaso. Com nosso consumo desenfreado de carne e laticínios. 

Que tal tornar-se, a partir de agora, um defensor da causa animal? Há várias formas:

*Tornar-se vegetariano. Vive-se muito melhor sem acrescentar cadáveres ao nosso cardápio, poupando, assim, o holocausto animal.

*Participar de campanhas contra: animais no circo e em zoológicos; animais como cobaias para experimentos; adoção responsável etc.

*Defender o meio ambiente. Ao preservarmos as matas, os rios, os mares, o ar, estamos defendendo os animais, inclusive o homem.


Assista a este belíssimo vídeo: 


Pensamentos para nossa reflexão

  •  “Os animais não vieram com o propósito de fornecer comida aos seres humanos. Eles vieram para desenvolver suas próprias vidas neste mundo. (...) Entretanto, nós adotamos o hábito de comer carne. Foi através da prática que vocês desenvolveram certos apegos e características indesejáveis, e é através da prática que vocês podem mudá-los.” – Bhagavan Sri Sathya Sai Baba 
  • “Haverá um dia em que os olhares dos animais não mais refletirão tristeza nem a expressão da dor. Haverá um dia em que os homens respeitarão a vida e não será mais necessário existir abrigo para animais.” – Riccardo Naman 

  • “Até que tenhas amado um animal, uma parte da tua alma estará adormecida.” – Anatole France 
  • “Nós, seres humanos, estamos na natureza para auxiliar o progresso dos animais, na mesma proporção que os anjos estão para nos auxiliar. Portanto, quem chuta ou maltrata um animal é alguém que não aprendeu a amar.” – Chico Xavier 
  • “Deus queria mostrar aos humanos que a alegria podia ser gratuita. E assim criou os cães!” – Humberto Salla 

  • “No semblante de um animal, que não fala, há um discurso que somente um espírito sábio realmente entende.” – Mahatma Gandhi 
  • “A grandeza de uma nação pode ser julgada pelo modo como seus animais são tratados.” - Idem 
  • “Os animais foram criados pela mesma mão caridosa de Deus que nos criou. É nosso dever protegê-los e promover o seu bem-estar.” – Madre Teresa de Calcutá 

  • “A compaixão pelos animais está intimamente ligada à bondade de caráter, e quem é cruel com os animais não pode ser um bom homem.” – Arthur Shopenhauer 
  • “Nenhum deles é insatisfeito, nenhum enlouquecido pela mania de possuir coisas.” – Walt Whitman 
  • “Por que o cão é tão livre? Porque ele é o mistério vivo que não se indaga.” – Clarice Lispector

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Os Mestres e a Paz

Hoje, no Dia Internacional da Paz, posto alguns pensamentos dos mestres, para nossa reflexão:

Os Mestres e a Paz

“As pessoas me procuram dizendo ‘eu quero paz’. Digo-lhes que removam o ‘eu’ que são seus egos. Removam o ‘quero’ que são seus desejos. O que lhes restará é a PAZ.” – Sri Sathya Sai Baba

“Sua verdadeira natureza é pureza, paz e contentamento.” - Idem

"Felizes os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus." - Jesus Cristo

“A paz vem de dentro de você mesmo. Não a procure à sua volta.” - Buda

“A paz é a única forma de nos sentirmos realmente humanos.” – Albert Einstein

“Quer fazer algo pela paz mundial? Vá para casa e ame sua família!” – Madre Teresa de Calcutá

“Manter um excesso de bens em ordem toma muito tempo e muita energia. A verdade é que, quanto mais ‘necessidades’ desnecessárias você tiver, menos paz terá, e quanto menos você for possuído pelos seus bens, mais felicidade terá.” – Paramahansa Yogananda

 “Nossa mente nunca está bem a não ser quando está em paz consigo mesma.” - Sêneca

“A paz do coração é o paraíso dos homens.” - Platão

“Uma das coisas que aprendemos com a meditação, quando descemos lentamente dentro de nós mesmos, é que a noção de paz já existe em nós.” – Dalai Lama

“Se queremos alcançar neste mundo a verdadeira paz e se temos de levar a cabo uma verdadeira guerra contra a guerra, teremos de começar pelas crianças; e não será necessário lutar se permitirmos que cresçam com a sua inocência natural; não teremos de transmitir resoluções insubstanciais e infrutíferas, mas iremos do amor para o amor e da paz para a paz, até que finalmente todos os cantos do mundo fiquem cobertos por essa paz e por esse amor pelo qual, consciente ou inconscientemente, o mundo inteiro clama.”  – Gandhi

“Nenhum líder vai nos dar paz, nenhum governo, nenhum exército, nenhum país. O que nos vai dar paz é a transformação interior que nos conduzirá à ação exterior. Sem conhecer a si mesmo não existe paz.” – Krishnamurti

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

O Silêncio

Num mundo cada vez mais ruidoso, que tal refletirmos sobre o valor do silêncio?

Reflexões Sobre o Silêncio


"Tacent, satis laudant." (Silêncio também é resposta) - Provérbio em latim

"Que o silêncio seja meu escudo, e meu coração ouça a voz de Deus." – Rumi

"Deixe o silêncio revelar-lhe os segredos do mundo." - Idem

"Grandes verdades se comunicam através do silêncio." – Paul Claudel

"É melhor ser rei do teu silêncio do que escravo das tuas palavras." - Shakespeare

“Penso noventa e nove vezes e nada descubro; deixo de pensar, mergulho em profundo silêncio - e eis que a verdade se me revela.” – Albert Einstein

“O silêncio é a fala do investigador espiritual. Fala doce e macia é a expressão do amor genuíno. O ódio grita, o medo berra, a vaidade trombeteia. Mas o amor canta canções de ninar; ele suaviza e acalma.” – Sri Sathya Sai Baba

“Não entrem em discussões e disputas; aquele que clama em voz alta não compreendeu a verdade, acreditem! O silêncio é a única linguagem do realizado.” – Idem

“O silêncio é um amigo que nunca trai.” – Confúcio

Às vezes alguém cria uma grande impressão por ter dito alguma coisa, e às vezes alguém cria uma impressão igualmente grande ficando calado. – Dalai Lama

"Há três coisas na vida que nunca voltam atrás: a flecha lançada, a palavra pronunciada e a oportunidade perdida." -- Provérbio Chinês

"A palavra é prata, o silêncio é ouro." -- Provérbio Chinês

“Se soubéssemos quantas e quantas vezes as nossas palavras são mal interpretadas, haveria muito mais silêncio neste mundo.” – Oscar Wilde

“Depois do silêncio, o que mais se aproxima de expressar o inexprimível é a música.” – Aldous Huxley

“Da árvore do silêncio pende seu fruto, a paz.” – Arthur Schopenhauer

“Cala-te primeiro se queres que os outros se calem.” – Sêneca

“Como a abelha trabalha na escuridão, o pensamento trabalha no silêncio e a virtude no segredo.” – Mark Twain

“O vocabulário do amor é restrito e repetitivo, porque a sua melhor expressão é o silêncio. Mas é deste silêncio que nasce todo o vocabulário do mundo.” – Virgílio Ferreira

"As pessoas precisam de três coisas: prudência no ânimo, silêncio na língua e vergonha na cara." - Sócrates.

"Aqueles que têm um grande autocontrole, ou que estão totalmente absortos no trabalho, falam pouco. Palavra e ação juntas não andam bem. Repare na natureza: trabalha continuamente, mas em silêncio." - Mahatma Gandhi

"Se você não consegue entender o meu silêncio, de nada irá adiantas as palavras, pois é no silêncio das minhas palavras que estão todos os meus maiores sentimentos." - Oscar Wilde

"Se soubéssemos quantas e quantas vezes as nossas palavras são mal interpretadas, haveria muito mais silêncio neste mundo." - Idem

"As mais lindas palavras de amor são ditas no silêncio de um olhar." - Leonardo da Vinci

"A vida é puro ruído entre dois silêncios abismais. Silêncio antes de nascer, silêncio após a morte." - Isabel Allende

"Deus é isto: a beleza que se ouve no silêncio. Daí a importância de saber ouvir os outros: a beleza mora lá também." - Rubem Alves

"Se os homens tivessem no silêncio a mesma capacidade que têm no falar, o mundo seria muito mais feliz." - Spinoza

"Cala-te ou diga coisas que valham mais que o silêncio." - Pitágoras

"Escuta e serás sábio. O começo da sabedoria é o silêncio." - Idem

"Para todos os males, há dois remédios: o tempo e o silêncio." - Alexandre Dumas 

"Você não sabe a energia que reside no silêncio." - Franz Kafka

"O que sinto não é traduzível. Eu me expresso melhor pelo silêncio." - Clarice Lispector

"Nunca quebres o silêncio se não for para melhorá-lo." - Ludwig van Beethoven

"Ficar em silêncio não significa não falar, mas abrir os ouvidos para escutar tudo o que está à nossa volta." - Paulo Coelho 

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Abertura do Portal 999

9 de setembro de 2016 

Dia: 9
Mês: 9
Ano: 2016 (2+0+1+6 = 9)
Segundo o esoterismo, o número nove é o mais espiritual de todos os números, a manifestação da lua divina. Ele encerra em si todos os outros números simples. É o número dos iniciados. Todos os ciclos de desenvolvimento culinam no 9. Perceba alguns exemplos:

- A gestação humana dura 9 meses.
- O dia terreno tem 1.440 minutos (1+4+4+0 = 9)
- O ser humano é gestado por nove meses.
- O coração humano bate 72 vezes por minuto (7+2 = 9)
- A roda do zodíaco tem 36 decanatos (3+6 = 9)... etc.

O portal 9 possibilita uma grande abertura para nós, um salto quântico, para aqueles que estão abertos às mudanças e para aqueles que se ofertaram para o trabalho de cura da terra.

Em consonância com as consciências de cura e todas as almas que participam e têm interesse na cura do planeta, façamos esta meditação/oração:

Meditação da Cura Mundial


No princípio DEUS criou o Céu e a Terra e DEUS disse: que haja Luz, e houve Luz.
Agora é o tempo do novo começo, e EU SOU um co-criador com DEUS
de um novo céu que se aproxima, à medida que a nova vontade de DEUS
é expressa na Terra através de mim.
É o reino de Luz, de Amor, de Paz e Compreensão.
E eu estou fazendo a minha parte para revelar a sua realidade.
Começo comigo mesmo.
Sou uma alma viva e o espírito de DEUS habita em mim sendo eu mesmo.
EU e o PAI somos um e tudo aquilo que pertence ao PAI, pertence a mim.
Em verdade, sou o Cristo de DEUS.
O que é verdadeiro em mim, é verdadeiro em todos,
porque DEUS é tudo e tudo é DEUS.
Eu vejo somente o espírito de DEUS em todas as almas.
E para todo homem, mulher e criança na Terra, eu digo:
EU Amo você, pois você sou eu. Você é meu sagrado ser.
Eu agora abro o meu coração, e deixo a pura essência do Amor Incondicional fluir.
Eu a vejo como uma Luz dourada que se irradia do centro do meu ser e sinto a sua
Divina vibração dentro e através de mim, acima e abaixo de mim.
EU SOU um com a Luz. A Luz me preenche. A Luz me ilumina.
EU SOU a Luz do mundo. Com o propósito da mente, eu irradio a Luz.
Deixo o resplendor anteceder-me para unir-se a outras Luzes.
Sei que isto está acontecendo em todo o mundo neste momento.
Vejo as Luzes se unindo ... Agora, há somente uma Luz.
Nós somos a Luz do Mundo! A Luz una de Amor, de Paz e Compreensão está se movendo. Ela flui através da face da Terra, tocando e iluminando cada alma na sombra da ilusão.  E onde havia escuridão, existe agora a Luz da Realidade.
E o resplendor cresce, permeando, preenchendo cada forma de vida.
Há somente a vibração de uma vida Perfeita agora.
Todos os reinos da Terra respondem, e o Planeta está vivo com Luz e Amor.
Existe união total.  E nesta união pronunciamos a Palavra de Deus.
Que o sentido de separatividade seja dissolvido.
Que a humanidade retorne a DEUS. Que a Paz flua em cada mente.
Que o Amor flua em cada coração. Que o perdão reine em cada alma.
Que a compreensão seja o elo de ligação comum a todos.
E agora da Luz do mundo, a Presença Única e Poder do Universo respondem.
DEUS está curando e harmonizando o Planeta Terra. A Onipotência se manifesta.
Estou vendo a cura do Planeta diante dos meus próprios olhos,
à medida que todas as falsas crenças e padrões errôneos se dissolvem.
O sentindo de separação não mais existe; a cura ocupou o seu lugar, e a sanidade do mundo foi restaurada. Este é o começo da Paz na Terra e Boa Vontade para com todos.  À medida que o Amor flui de todos os corações, o perdão reina em todas as almas e todos os corações e mentes estão unidos em perfeita compreensão e unidade.
Assim é, Assim é, Assim é. Amém, Amém, Amém. Om, Om, Om.

domingo, 15 de maio de 2016

Nossos Pecados Capitais

Agradecendo à amiga Gena Teresa, reproduzo aqui esta excelente matéria para nossa reflexão:


AS SETE DOENÇAS QUE ESTÃO MATANDO A NOSSA HUMANIDADE


Nem toda superstição é religiosa, e uma das superstições mais perigosas de nosso tempo nada tem de mística. Ela consiste na crença de que o desenvolvimento da sociedade sempre é algo positivo, e que na busca pelo progresso deixamos para trás apenas o que é obsoleto.

Sete das mentes mais criativas dos últimos tempos atacaram essa superstição. É verdade, a tecnologia e a evolução dos costumes podem transformar nossas vidas aqui na Terra em um paraíso. Mas é possível que nesse processo deixemos para trás algumas das condições necessárias para uma vida plena, feliz e amorosa – uma vida com sabedoria, em outras palavras. Se desejamos rumar até o paraíso, precisamos saber distingui-lo do inferno.

Para sete pensadores, nossa sociedade está enferma, e eles diagnosticaram as sete doenças que a acometem.

1- A ESPETACULARIZAÇÃO DE NOSSAS VIDAS

Em 1967, o filósofo francês Guy Debord escreveu A Sociedade do Espetáculo, em que propõe que no mundo moderno somos induzidos a preferir a imagem e a representação da realidade à própria realidade concreta.

Para Debord, as imagens, apenas sombras do que existe, contaminaram nossa experiência cotidiana, levando-nos a renunciar à vivência da realidade tal como ela é. Toda a vida em sociedade virou um acúmulo de espetáculos individuais e coletivos, tudo é vivido apenas enquanto representação perante os outros.

Compartilhar status, instagrams, tweets: os palcos e as plateias mudaram, a encenação ficou cotidiana. Na sociedade do espetáculo em que estamos submersos, mesmo os relacionamentos são conduzidos pela mediação de imagens. Passando a intermediar as relações com imagens e simulacros de sentimentos moldados pelas redes sociais, voluntariamente renunciamos à qualquer tentativa de reconhecer os aspectos difíceis e desafiadores dos relacionamentos verdadeiros.

Debord entendia que o real envolvimento em relacionamentos humanos foi trocado por uma identificação passiva com a posição de espectatores recíprocos. Nesse esquema, cada um assiste, curte e compartilha o outro em seu palco particular, aguardando a sua vez de ser assistido, curtido e compartilhado.

Há, assim, um gradual empobrecimento das relações humanas. Isoladas, as pessoas tornam-se intimamente mais inseguras, e portanto mais fragilizadas. Essa fragilização torna os indivíduos mais influencíaveis e facilmente manobráveis.

2- A MENTIRA ENQUANTO NARRATIVA

O filósofo e neurocientista norte americano Sam Harris escreveu em 2013 o livro Lying (Mentindo), na verdade um ensaio em que ele demonstra que a mentira é o pecado que pavimenta todos os demais pecados da modernidade.

Estimular socialmente a necessidade da mentira é uma decorrência lógica de uma sociedade do espetáculo, em que mentir é muito mais do que ocultar a verdade. A mentira chega ao ponto de desconstruir a verdade ao confundi-la com uma narrativa – algo que serve, portanto, ao próprio espetáculo.

Dizer tudo é relativo é um slogan ultrapassado. Agora, tudo é narrativa, e passamos a acreditar que não há nenhum fato que não possa ser redefinido como uma forma de narrativa do protagonista.

Após séculos identificando Deus como A Verdade e o diabo como O Pai da Mentira, a sociedade atual encara o conceito de “verdade” com ironia e ceticismo. Uma das características de nosso tempo é a ideia de que a verdade é relativa, e de que tudo depende do ponto de vista do sujeito. O relativismo moral é uma mentira cuidadosamente elaborada para que ela própria pareça uma verdade.

O problema é que a linha moral entre verdade e mentira é a única que separa nossa caminhada coletiva do rio negro da barbárie e da superstição. E nem precisamos apelar para as virtudes morais do leitor: já está provado que a melhor solução de qualquer conflito humano é a colaboração e a confiança mútua. Assim, a posição de vantagem perceptível a curto prazo torna-se uma enorme derrota logo adiante.

3- O PROTAGONISMO

O produtor britânico Adam Curtis idealizou o documentário The Century of the Self (O Século do Eu). Nessa obra imperdível (disponível aqui legendado), ele demonstra como a publicidade utilizou as teorias psicológicas sobre o funcionamento da mente humana para tentar manipular o desejo do público e induzir todos ao consumo.

Não havia lugar para sutilezas. Um pouco comicamente, algo banal como vender carro na TV utilizava estratagemas que tentavam invocar alguns dos desejos sexuais mais primitivos do espectador. Era cômico, mas eficiente: a venda de carros aumentava. A realidade humana é que talvez seja meio engraçada. Podia-se, portanto, dar um passo além.

Assim, a seguir houve uma evolução menos ingênua e grosseira dessa publicidade, uma forma de explorar os medos e anseios do público para além do comercial de automóveis fálicos. Afinal, porque tentar associar o produto com os desejos íntimos do consumidor se era possível, pela indústria de entretenimento, influenciar e talvez até determinar esses desejos íntimos?

A partir de 1960, o movimento da contracultura ensinou às grandes multinacionais e agências de publicidade que dava lucro desenvolver e disseminar entre a pessoas a noção de individualismo como um estilo de vida.

Daquele momento em diante, os meios de comunicação de massa (cinema, televisão, música popular) passaram a vender a seguinte ideia: somos todos nós indivíduos únicos, especiais, e temos todos o direito de explorar a riqueza luminosa de nossa individualidade.

Disso surgiu o protagonismo. Afinal, numa sociedade em que tudo é espetáculo, a decorrência lógica é que todos, estimulados em seu individualismo, considerem-se protagonistas.

As redes sociais como Facebook, Instagram, Twitter e Tumblr só querem uma única coisa de nós: que as utilizemos cada vez mais, que as tornemos uma parte indispensável de nossa vida. E o que fazem para isso é criar espaços em que podemos construir nossa imagem pessoal perante os outros de forma que pareçamos protagonistas de uma narrativa interessante.

O protagonismo estimulado pela nossa sociedade torna, subjetivamente, todas as outras pessoas meros coadjuvantes de nossa história pessoal. Todos os outros seres humanos ao nosso redor são considerados apenas na exata medida em que colaboram ou não com o desenvolvimento dessa pequena novela que repetimos a nós mesmos em nossa cabeça.

E um dos aspectos mais nocivos disso é a ideia de protagonismo social, muito difundida no ativismo das redes sociais. Segundo essa proposta, apenas aqueles que se enquadram em determinada categoria minoritária ou oprimida poderiam lutar ativamente contra as condições de opressão. Todos os demais indivíduos deveriam, portanto, permanecer passivos diante da luta, em estado de aprovação bovina. Assim, somente mulheres poderiam protagonizar o combate ao machismo, somente afrodescendentes poderiam protagonizar o combate ao racismo. Segmentando ainda mais a sociedade, essa proposta impede que todos os seres humanos, unidos, lutem contra tudo aquilo que for um problema fundamentalmente humano – como o são os preconceitos.

4- AS RELAÇÕES LÍQUIDAS

Muito já se falou da teoria do sociólogo polonês Zygmunt Bauman sobre a sociedade líquida. Por “líquida” entende-se uma sociedade em que não há papeis sociais rígidos nem certezas sólidas. Tudo, portanto, é fluído e não somos obrigados a assumir um compromisso duradouro com qualquer papel social ou pessoa.

Que emprego escolher, com quem nos casar, que estilo de vida adotar: não há qualquer orientação sobre o que é certo e errado diante de duas escolhas, e tudo o que nos é dito é que temos total liberdade para decidir. O problema é que cada escolha por um caminho implica na renúncia de outro, e disso irremediavelmente surgem dúvidas e a sombra do arrependimento.

Essa liberdade, inserida no contexto da sociedade que impõe ao indivíduo a obrigação de espetacularizar sua vida e expressar uma suposta individualidade de protagonista bem sucedido, é sentida como um fardo. O resultado são indivíduos acometidos de ansiedade constante, inseguros, fragilizados. E pessoas fragilizadas são mais facilmente influenciáveis.

Transportando isso para os relacionamentos, Bauman salienta que a facilidade com que hoje podemos abandonar uma relação, transitando de um envolvimento afetivo para o outro, sempre na busca de uma idealização inalcançável do sujeito amado e do próprio amor, traz também ansiedade e acarreta o empobrecimento das relações humanas.

Como Bauman expõe no vídeo acima, atualmente nós desfazemos nossos elos com os outros com a facilidade de quem desfaz uma amizade no Facebook: basta um clique. Em um planeta superpovoado, parece que sempre há a nossa disposição outras tantas pessoas com as quais estabelecer conexão – o problema é que no final nunca estabelecemos conexões verdadeiras com ninguém.

5- A FALTA DE TEMPO

Em Mal-Estar na Atualidade, o psicanalista brasileiro Joel Birman alerta que a racionalização das práticas sociais usurpou dos indivíduos o controle do seu tempo. A forma como utilizamos nosso tempo pessoal está cada vez mais sendo pré-determinada pelas demandas sociais, impondo que vivamos em um frenesi initerrupto.

Hoje em dia, estamos sempre super atarefados. A sociedade nos seduz com o sonho de sermos protagonistas de nosso espetáculo privado, mas o caminho para esse sonho está ladrilhado com tarefas, microtarefas e toda espécie de atividade que exige nossa constante atenção. Isso consome praticamente todo o nosso tempo desperto.

Como resultado, embora estejamos hoje em dia sempre atarefados, parece que jamais fazemos o suficiente. Disso vem a sensação estranha de que estamos vitimizados pela procrastinação: nunca temos tempo de fazer tudo o que precisamos para cumprir com a promessa de que seremos protagonistas excepcionais.

O problema é que um ponto central de qualquer projeto de vida é a possibilidade de revisarmos nossas decisões e estratégias com atenção e tranquilidade, refletindo detidamente sobre aquilo que estamos fazendo. A pressa nos impede de analisar quais coisas são realmente importantes para nós e quais são as nossas prioridades.

Sem tempo o suficiente para investigar a motivação por trás de cada tarefa cotidiana, desperdiçamos muito de nosso tempo em atividades que podem ser valorizadas socialmente, mas que intimamente significam muito pouco para nós. Mais que isso, sem podemos nos dar ao luxo de perder tempo, deixamos de ter direito ao ócio necessário à criatividade e à fruição dos prazeres.

6- O HIPERCONSUMISMO

O filósofo francês Gilles Lipovetsky cunhou o termo hiperconsumo. Seríamos, neste momento da história, não meros consumidores, mas hiperconsumidores. Em uma estrutura na qual o crescimento econômico depende do consumo crescente da população, estamos todos inseridos numa dinâmica social baseada na compra contínua. Se pararmos de consumir febrilmente, há um colapso da economia.

Não há nada de essencialmente errado com o consumo. O mercado de consumo tem sim seus espaços legítimos de atuação. Porém, a partir de 1970, segundo Lipovestky, ingressamos na fase do hiperconsumo. Trata-se de uma fase essencialmente subjetiva, pois os indivíduos desejam adquirir objetos não pela sua utilidade ou necessidade, mas para aliviarem sua ansiedade de aceitação e integração na coletividade.

Os produtos são consumidos enquanto ato de expressão da individualidade e do estilo de vida do hiperconsumidor. Compramos produtos, mas estamos em busca de sensações, vivências e a construção de uma imagem social que nos traga prestígio.

Gastamos pequenas fortunas em smartphones para não utilizarmos sequer 20% de sua capacidade computacional. Olhamos para as avenidas engarrafadas de nossas cidades e vemos potentes utilitários transportando apenas uma pessoa, o motorista. A construção social da moda e da tendência garante que roupas ainda em perfeito estado sejam enfiadas no fundo do guarda roupa, obrigando-nos a comprar novas roupas que nos protejam da ridicularização social.

O conceito de obsolescência programada, a noção de desvalorização dos bens de consumo adquiridos e o status social associado a novas versões dos mesmos produtos assegura que tenhamos que trocar de carro, smartphone, televisão e computador com uma frequência que é conveniente ao sistema de produção atual, mas irracional do ponto de vista do consumidor e da capacidade de exploração do meio ambiente.

7- A IRONIA

“Não se engane, a ironia nos tiraniza”, vaticinou o escritor americano David Foster-Wallace em seu ensaio E Unibus Pluram. E seu alerta precisa ser levado a sério.

Ironia consiste essencialmente em querer dizer coisa distinta daquela que está sendo expressamente dita, causando o efeito de humor. Portanto, a ironia flerta com a mentira e, ao lado do conceito de narrativa, é outra forma eficaz de deteriorar socialmente o valor da verdade em nossa sociedade. Mas a ironia é ainda mais nociva, pois não para seu trabalho corrosivo por aí – a ironia mina a própria capacidade do indivíduo vivenciar e expressar socialmente sentimentos verdadeiros e significativos.

Não apenas a sinceridade e a paixão estão hoje fora de moda, alerta Foster-Wallace, mas atualmente é sinal de distinção social e de inteligência estar levemente entediado e ostentar uma leve, cínica, desconfiança sobre todas as coisas: expressões faciais, gestos e comentários que informam, com ar de superioridade, que “já vi de tudo nesse mundo”, que “sei que nada é o que parece ser” e que “acho tudo isso que você leva tão a sério muito engraçado”.

A ironia que começou como um espírito de vanguarda no passado, do qual dotadas as pessoas mais inteligentes e sagazes, tornou-se agora uma cultura de massa. Os meios de comunicação, segundo Foster-Wallace, utilizam elementos do pós moderno como a metalinguagem, o absurdo, o sarcasmo, a iconoclastia e a rebelião e os modela para fins de consumo.

A partir de então, a ironia, que antes era um instrumento fortalecedor do espírito contra os dogmas e as crenças sacralizadas mas opressoras, tornou-se uma força debilitante do próprio espírito humano. Pois a ironia é a forma irreverente de o desprezo anunciar que está chegando.

Citando o poeta americano Lewis Hyde, Foster-Wallace expõe que “a ironia tem uma utilidade apenas emergencial, e estendida no tempo, torna-se a voz do prisioneiro que passou a gostar de sua cela”. Ela perde seu potencial contestador e torna-se uma forma sarcástica de conformar-se e adaptar-se a tudo aquilo que nos limita. Pois a ironia também atinge as aspirações a gestos heróicos e elevados sentimentos.

A ironia, embora realmente prazerosa, tem uma função essencialmente negativa, pois é crítica e desconstrutiva, “boa para limpar o terreno”. Porém, a ironia, após seu trabalho de destruição e depuração, é incapaz de construir algo verdadeiro, é inábil em propor a criação de algo que substitua, e para melhor, aquilo que ajudou a destruir.

Ilustrações nossas (fotos da Internet).