quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Mensagem Indígena de Otimismo

“Eu gostaria de partilhar essas profecias, porque elas nos ajudarão a olhar para o futuro com esperança, ao invés de encará-lo com desânimo e tristeza.

Nossa Mãe Terra nunca destruiu todos os Filhos da Terra em qualquer dos quatro mundos anteriores, e também não é desta vez que fará isso. Aprendi que, ao final de cada mundo, a circunferência da Terra expandiu-se, criando novas massas de terra e eliminando outras. A cada vez aqueles dentre seus filhos mais leais, que conseguiam ler os sinais que lhe eram enviados, encontravam lugares seguros para viver. (...)

A Profecia do Berço fala do nascimento de milhares de Guerreiros do Arco-Íris, que verão se manifestar o sonho do Quinto Mundo de Paz. Estamos vivendo este processo agora, nesta era que os Ancestrais denominavam Tempo do Búfalo Branco. Esta é a época na qual os ensinamentos estão sendo transmitidos a todos aqueles que têm ouvidos para ouvir e olhos para ver. A profecia declara que esses Guerreiros do Arco-Íris se recordarão de sua herança e a utilizarão para o BEM de todos os Filhos da Terra. (...)

Muitas pessoas que se desligaram da Mãe Terra e não sabem mais como plantar o seu próprio alimento precisarão aprender a fazê-lo. As pessoas que não conhecem o valor curativo das plantas passarão a depender de outras que já reconhecem este valor.

A capacidade de reagir às mudanças está calcada na capacidade pessoal de Partilhar e de Servir. Este é o momento de iniciar o processo de aprendizado que nos permitirá voltar a aprender as pródigas lições que a Mãe Terra propicia, para que as futuras gerações possam receber os sistemas de conhecimento necessários a uma vida harmoniosa. (...)
O Tempo do Búfalo Branco verá acontecer muitas maravilhas, já que os governos não controlarão mais as ações dos Filhos da Terra e a união entre os povos voltará a ser fortalecida.(...)

Nós só podemos proteger o FUTURO reagindo ao AGORA, ou seja, ao PRESENTE.”

* Sabedoria Indígena norte-americana (nação Dakota)

* Agradecendo à minha amiga Marilu Martinelli o envio.

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

A Sombra de Todos Nós

"Algo que ocultávamos nos enfraquecia, até percebermos que esse algo éramos nós mesmos.” – Robert Frost

Volto a falar sobre este tema, a sombra, por considerar o trabalho com a própria sombra, para o buscador do conhecimento supremo (o conhecimento de si mesmo), muito mais produtivo e revelador do que qualquer outra prática espiritual, seja ela qual for.

O que é a sombra?

“Por sombra, quero dizer o lado ‘negativo’ da personalidade, a soma de todas aquelas qualidades desagradáveis que preferimos ocultar, junto com as funções insuficientemente desenvolvidas e o conteúdo do inconsciente pessoal.” (Jung, num dos seus ensaios sobre a psicologia do inconsciente).

“Nossa sombra é feita de pensamentos, emoções e impulsos que julgamos excessivamente dolorosos, constrangedores ou desagradáveis de aceitar. Portanto, em vez de lidar com eles, nós os reprimimos – e os lacramos em alguma parte de nossa psique, para que não seja preciso sentir o peso e a vergonha que carregamos por conta deles.” (Debbie Ford)

Self inferior, eu reprimido, alter ego, id. Muitas são as denominações. Para começo de conversa: tudo aquilo que tem substância tem sombra. Nosso ego faz um contraponto com a sombra, da mesma forma que a luz faz um contraponto com as trevas. Por mais que nos julguemos perfeitos, por mais que tentemos fechar os nossos olhos internos, todos nós temos, sim, uma sombra. Não queremos olhar para ela porque ela assusta, é feia, e não queremos que desmorone a nossa autoimagem tão cuidadosamente elaborada ao longo do tempo... imagem erguida com nosso suor, nosso sangue, nossas lágrimas.

As descobertas sobre a sombra começaram com os estudos de Freud e Carl Jung. Bem-humoradamente, Jung disse que, de forma intuitiva, todos nós compreendemos o significado das expressões sombra, personalidade inferior ou alter ego. E que, se por acaso alguém esqueceu, “sua memória pode ser facilmente refrescada por um sermão de domingo, por sua esposa ou pelo coletor de impostos”. Sim, um simples coletor de impostos pode ser a “topada” que deflagra o pior que há em nós.

“Puxa, eu estava tão bem... tinha acabado de fazer minha meditação, ao som de uma música celestial... e aí alguém tocou a campainha e me entregou um envelope. Era um aviso de multa. Que droga! Espumei de raiva e soltei até um palavrão!” E num segundo, toda a “paz” e todo “amor” trazidos pela meditação foram eclipsados pelo “filho da... que tá querendo meter a mão no meu bolso!”

Topadas são testes reveladores da sombra que guardamos a sete chaves para que ninguém veja. Mostrando que aquela “paz” não era, ainda, a Paz, ou seja, aquele estado de equanimidade mental propalado pelos mestres, onde os eventos externos perdem o seu poder de nos afastar do equilíbrio interno.

Quer tenhamos consciência disto ou não, o Poder Divino, ou Amor Cósmico Universal, ou Eu Superior (chame-o como quiser), está nos movendo em direção à Luz. Quando a parte mais densa da nossa personalidade reage e empanca, as topadas aparecem. As topadas da vida vêm de muitos lados, e são uma fonte educativa. Elas vêm para nos dar um reimpulso em direção à Fonte Cósmica de onde viemos. As topadas nunca deveriam ser vistas como empecilhos e sim como oportunidades de autoconhecimento e evolução espiritual.

Sem autoconhecimento não há espiritualidade, só pseudo-espiritualidade. E caminhos para o autoconhecimento são inúmeros, mas nenhum deles será eficiente enquanto não decidirmos enfrentar a nossa sombra. Nenhum deles será de ajuda enquanto alimentarmos essa bolha de ilusão que nos leva a acreditar que somos justos e perfeitos e não temos sombra. 

O trabalho com a sombra nos liberta da consciência de manada e conduz a vida neste planeta a uma vibração mais elevada, deixando para trás este jardim da infância das emoções.

Como olhar para si mesmo é uma tarefa extremamente árdua, a maioria de nós prefere adiá-la. É mais fácil enveredar por essa miríade de caminhos espirituais que alimentam o autoengano e nos mantêm engaiolados, seguindo o pensamento dos outros como ingênuos cordeirinhos; é mais fácil continuar com o dedo apontado para fora; é mais fácil continuar alimentando e multiplicando esse gigante e assustador festival de superficialidades que é a nossa sociedade contemporânea.

Temos medo do material escuro que escondemos dentro de nós mesmos, por isso optamos por negá-lo. No entanto, o monstro assustador só faz crescer, porque a sombra negada individualmente é agregada à sombra negada de todas as pessoas, transformando-se numa descomunal sombra coletiva. E a grande sombra coletiva se materializa em quê? Em sofrimento, desarmonia, intrigas, guerra, caos. O poder destrutivo da sociedade de massa é imenso. Aí está a História para comprovar, com seus massacres e horrores. E com a manipulação global dos grandes grupos em prol de interesses econômicos obscuros.

Esse poder, entretanto, é nada em comparação à Luz. Acenderemos o interruptor interno para enxergar as nossas trevas? Ou continuaremos imersos na ilusão de que somos invariavelmente bons e as guerras nada têm a ver conosco e sim, com "os outros"?

(Vale aqui um adendo: devemos compreender por guerra não somente acionar uma metralhadora ou uma bomba atômica. Guerra é tudo aquilo que nos faz desviar o olhar do nosso irmão; é a falta de compreensão com quem está perto; a insensibilidade diante do sofrimento; a frieza diante das injustiças; os maus pensamentos: a mente sem controle, a nos enredar em julgamentos e superficialidades).

“Sombra, eu?” – sussurra o ego. “Eu só faço o bem, sou uma pessoa amorosa, justa, fico aqui no meu canto...”

Deepak Chopra diz: “Se você não pode enxergar a própria sombra, precisa procurá-la. A sombra se esconde na vergonha, nos becos escuros, nas passagens secretas e nos sótãos fantasmagóricos de sua consciência. Ter um lado sombrio não é possuir uma falha, mas ser completo”.

Ressaltando: "Ter um lado sombrio não é possuir uma falha, mas ser completo".

“Lidar com a nossa sombra é algo complexo, porém, é uma jornada garantida de volta ao amor. Não apenas o amor pelos outros, mas o amor por cada característica que vive dentro de você e dentro de mim – um amor que nos permite abraçar a riqueza de nossa humanidade e a plenitude de nossa divindade”, explica Debbie Ford. Ela também diz:

“Onde não há amor, há medo. E o medo, depois de se apossar da mente, é como um vício que ameaça esmagar a alma. Então, é essa coisa que chamamos de sombra. Ela não aparece na vida da maioria de nós; é um fogo gigantesco, mas arde como brasa lenta. É você, ao fazer uma afirmação tola, magoando alguém que ama e possivelmente arruinando um relacionamento. Ou você, quando faz algo imbecil que sabota a carreira profissional. Ou você, ao pegar um drinque, sabendo que é alcoólatra e que, se continuar, isso vai matá-lo. Em outras palavras, é aquele você, dentro de você, que não deseja seu bem. É a sombra, e ela só pode ser eliminada se você deixar brilhar a sua luz. (...) Quando estamos vivendo em alinhamento com o self verdadeiro, conforme Deus nos criou, recebemos amor constantemente, e o estendemos da mesma forma como o recebemos. Isso é o que significa viver na luz.”

Hércules
Podemos adiar o quanto quisermos. Podemos continuar na prisão do medo, podemos encontrar conforto na bolha ilusória que muitas religiões oferecem, podemos perpetuar nossa ignorância abissal sobre nós mesmos através do velho hábito de refletir no outro nossos problemas e nossas insatisfações. Mas chegará o dia, cedo ou tarde, em que, a exemplo de Hércules, teremos de lavar nosso próprio estábulo. 

Feito isto, viveremos na luz e compreenderemos, finalmente, que somos todos um e nada temos a temer, pois a luz daquele que desperta é capaz de iluminar o universo inteiro.