quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

A Paz Começa no Prato

Você já parou para pensar que a paz, a tão propalada e tão ansiada paz, começa a partir da mudança de pequenos hábitos? 
Já parou para pensar no quanto somos não-pacíficos colaborando com toda essa carnificina animal?
É urgente, neste final de ciclo, que repensemos nossos hábitos, nosso modelo. Muita transformação se faz necessária para ingressarmos numa civilização mais evoluída. Essa transformação vem de dentro. Essa transformação começa não com grandes coisas, mas com pequenas coisas que se somam na nossa vida diária, e terminam por provocar grandes mudanças.
Esta palestra que transcrevo abaixo é muito lúcida e muito oportuna.

COMER PELA PAZ

Numa palestra sobre o consumo consciente, o monge e mestre budista Thich Nhat Hanh, fala sobre o quanto comer pode ser extremamente violento:
A UNESCO nos diz que 40.000 crianças morrem no mundo, diariamente, por falta de nutrição, por falta de comida.
Quarenta mil crianças, diariamente! E o volume de grãos que cultivamos no ocidente é, em sua maior parte, usado para alimentar o gado criado para ser vendido como carne.
95% da aveia e 87% do milho produzidos n...os Estados Unidos não é para consumo humano, mas para os animais criados para consumo. Isso representa o uso de 45% de toda a terra disponível no país.
Mais da metade da água consumida nos Estados Unidos é usada na criação de animais de corte.
São necessários 2500 galões de água para produzir meio quilo de carne, mas apenas 25 galões para produzir meio quilo de trigo.
Uma dieta totalmente vegetariana requer 300 galões de água por dia, enquanto que uma dieta à base de carne requer mais de 4000 galões de água por dia.
Criar animais para consumo, causa mais poluição da água que qualquer outra indústria nos Estados Unidos, porque os animais criados para consumo produzem 130 vezes mais excremento que o total da população humana.
Isso significa 45.000 quilos por segundo.
Muito dos dejetos advindos das fazendas de gado e matadouros são jogados ou fluem para dentro dos rios e córregos, contaminando as fontes de água limpa.
Nos Estados Unidos, os animais criados para consumo recebem como alimento 95% da aveia e 87% do milho cultivados.
Estamos comendo o nosso país, comendo a nossa terra. E eu fiquei sabendo que mais da metade da população come em excesso!
Comer de forma consciente - mindful eating - pode ajudar a manter a compaixão em nosso coração. Uma pessoa sem compaixão não pode ser feliz, não pode relacionar-se com outros seres humanos e com outros seres vivos.
Uma segunda espécie de comida que consumimos diariamente são as impressões sensoriais, a comida que comemos com os olhos, os ouvidos, a língua, o corpo, a mente.
Quando lemos uma revista, nós consumimos.
Quando você assiste televisão, você consome.
Quando você escuta uma conversa, você consome. E esses ítens podem ser bastante tóxicos.
Podem existir muitos venenos, como desejos, violência, raiva e desespero.
Nós nos permitimos sermos intoxicados quando consumimos em termos de impressões dos sentidos. E, da mesma forma, nós permitimos que nossas crianças também se intoxiquem.
E o que tem resultado é a nossa doença, o nosso ser-doente, nossa violência, nosso desespero.
E, se você praticar o olhar em profundidade - meditação - você será capaz de identificar as fontes de nutrição, da comida que tem sido trazida para nós.
Portanto, toda a nação tem que praticar esse olhar profundo para a natureza do que se consome diariamente.
O consumo consciente é a única maneira de proteger nossa nação, nós mesmos, nossa família e nossa sociedade.
Temos que aprender o que produzir e o que não produzir, a fim de prover as pessoas apenas com aquilo que é nutritivo e curativo.
Nós temos que evitar produzir aquilo que possa trazer guerra e desespero para o nosso corpo, para a nossa consciência, e para o corpo coletivo e para a consciência da nossa nação e da nossa sociedade.
Vale a pena saber mais!
Eating for Peace - Thich Nhat Hanh

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