"Equilíbrio é a habilidade de aprender com a situação e de prosseguir com sentimentos positivos". Aprender com a situação. Esta é uma chave poderosa. Para aprendermos com as situações, é necessário que desenvolvamos, em primeiríssimo lugar, uma fé, uma certeza absoluta de que tudo aquilo que nos chega é aquilo que é o melhor para nós naquele momento. É acreditar que o universo nunca erra, nunca é injusto. É parar com infantilidades do tipo: "Ah, Fulano é uma pessoa tão boa, não merecia isto!"... Ninguém está passando por nada de graça, ou por engano! Ainda que na vida presente tenhamos um comportamento bom e justo, o que sabemos das vidas passadas?
Uma vez conheci uma mulher muito positiva. Ela havia tido um casamento estável, uma união harmoniosa, feliz e longa, até que o marido adoeceu e morreu, deixando-a viúva. Ela disse que perder o marido foi o acontecimento pior que teve de enfrentar em toda a sua vida; e, paradoxalmente, foi uma tragédia que se tornou positiva, pelo muito de autossuperação que trouxe para a sua existência. Isto eu considero uma pessoa iluminada. Ela sofreu o abalo e perguntou a si mesma o que teria de mudar para superar a perda. E partiu para a luta. Em vez de ficar se debatendo num mar de autopiedade e martírio, usou o sofrimento como mola para tranformar aspectos dentro de si. Transmutou a dependência em autoconfiança. E venceu.
Lamentações e queixas não levam ao equilíbrio; puxam-nos para trás. Todos os acontecimentos - bons ou maus - são alavancas. Alavancas que nos lançam para que busquemos o estado equânime (ou zen, na linguagem budista), quando compreendemos que todo o nosso desequilíbrio estava apenas na superfície. Somos um lago sereno em nosso interior, e nunca deixaremos de ser.
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