quarta-feira, 30 de maio de 2012

Equilíbrio


"Equilíbrio é a habilidade de olhar para a vida a partir de uma perspectiva clara - fazer a coisa certa no momento certo."

"Uma pessoa equilibrada será capaz de apreciar a beleza e o significado de cada situação seja ela adversa ou favorável."

"Equilíbrio é a habilidade de aprender com a situação e de prosseguir com sentimentos positivos. É estar sempre alerta, ser totalmente focado, e ter uma visão ampla."

"Equilíbrio vem do entendimento, humildade e tolerância. O mais elevado estado de equilíbrio é voar livre de tudo e, ainda assim, manter-se firmemente enraizado na realidade do mundo."

(Brahma Kumaris)

Achei um primor estas considerações sobre equilíbrio da Brahma Kumaris. Ah, como o equilíbrio nos parece, às vezes, uma utopia, tão difícil que é chegar a ele! 
Quantas pessoas realmente equilibradas conhecemos? Acredito que bem poucas...
A busca do equilíbrio, a busca do estado equânime da mente (que independe das situações externas) é a mesma busca do autoconhecimento. É a busca por si mesmo. Por que? Porque encontrar a si mesmo é integrar-se, é recuperar seus aspectos dispersos, é contemplar a própria essência e descobrir-se imortal, uno, universal, indestrutível, atemporal. 
Sofremos e nos desequilibramos porque tiramos o foco da nossa alma, da nossa raiz, da nossa profundeza. Os mestres fazem uma comparação muito oportuna da nossa vida com as ondas do lago: quanto mais estamos na superfície, mais ondas podemos ver; ao contrário, se adentramos a profundeza do lago, tudo é tranquilo.
"Equilíbrio é a habilidade de aprender com a situação e de prosseguir com sentimentos positivos". Aprender com a situação. Esta é uma chave poderosa. Para aprendermos com as situações, é necessário que desenvolvamos, em primeiríssimo lugar, uma fé, uma certeza absoluta de que tudo aquilo que nos chega é aquilo que é o melhor para nós naquele momento. É acreditar que o universo nunca erra, nunca é injusto. É parar com infantilidades do tipo: "Ah, Fulano é uma pessoa tão boa, não merecia isto!"... Ninguém está passando por nada de graça, ou por engano! Ainda que na vida presente tenhamos um comportamento bom e justo, o que sabemos das vidas passadas?
Uma vez conheci uma mulher muito positiva. Ela havia tido um casamento estável, uma união harmoniosa, feliz e longa, até que o marido adoeceu e morreu, deixando-a viúva. Ela disse que perder o marido foi o acontecimento pior que teve de enfrentar em toda a sua vida; e, paradoxalmente, foi uma tragédia que se tornou positiva, pelo muito de autossuperação que trouxe para a sua existência. Isto eu considero uma pessoa iluminada. Ela sofreu o abalo e perguntou a si mesma o que teria de mudar para superar a perda. E partiu para a luta. Em vez de ficar se debatendo num mar de autopiedade e martírio, usou o sofrimento como mola para tranformar aspectos dentro de si. Transmutou a dependência em autoconfiança. E venceu. 
Lamentações e queixas não levam ao equilíbrio; puxam-nos para trás. Todos os acontecimentos - bons ou maus - são alavancas. Alavancas que nos lançam para que busquemos o estado equânime (ou zen, na linguagem budista), quando compreendemos que todo o nosso desequilíbrio estava apenas na superfície. Somos um lago sereno em nosso interior, e nunca deixaremos de ser.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Transparência, Atributo do Novo Homem

"A verdade pode machucar, mas é sempre mais digna." (Charles Chaplin)


A falta de sinceridade nos nossos relacionamentos é impressionante. Estava pensando aqui comigo: se pudéssemos visualizar, nem que fosse por um segundo, o imenso e intricado novelo de complicações que nosso medo de falar a verdade provoca, repensaríamos nosso modo de ser e de nos relacionarmos uns com os outros.
Sim, gentileza é fundamental. Sim, educação é primordial. E delicadeza, leveza e tudo o mais.
Mas será que não podemos combinar as coisas? Ser gentis e verdadeiros? Educados e sinceros? 
Precisamos descobrir urgentemente um meio de ser mais transparentes em nossas relações. 
O grande problema é que temos medo de ser sinceros, muitas vezes. E nisso iniciamos um processo de meias-verdades, silêncios, meias-palavras, que confundem, iludem, machucam e complicam o simples. Situações incômodas são criadas e alongadas no tempo porque faltou uma palavra de coragem, uma palavra de esclarecimento.


Sartre dizia: "Para mim, o que vicia as relações entre as pessoas é que cada um conserva, na relação com o outro, alguma coisa de oculto, de secreto. Penso que a transparência deve sempre substituir o segredo. E penso muito no dia em que duas pessoas não terão mais segredos entre si porque não mais os terão para ninguém, porque a vida subjetiva, assim como a objetiva, estará totalmente aberta".


Eu também sonho este mesmo sonho. Acredito nesse novo mundo aberto, sem segredos nem subterfúgios. Acredito no novo homem, ainda que a realidade de hoje seja tão obscura. E a transparência é um dos atributos do novo homem, aquele que herdará a nova terra.


A ficha está caindo lenta para muita gente, mas está caindo. Não temos mais tempo de procrastinar. Puxemos a manivela e deixemos que as fichas caiam livres. Todo este mundo de ilusão está desmoronando. Precisamos pular com os dois pés no novo mundo. Estamos sendo puxados, ajudados, aconselhados, reivindicados de todas as maneiras pelas correntes divinas desse novo mundo. Essas correntes, representadas por Avatares, Hierarquias, santos, anjos, arcanjos, almas elevadas etc. e tal estão aqui conosco, neste final de ciclo, doando-se por nós, tentando inspirar-nos e elevar-nos ao novo patamar, à nova era prevista por todos os seres iluminados. No entanto, o pulo só nós podemos dar. O impulso de pular é nosso e somente nosso. Hierarquia alguma dará o salto por nós, porque se o fizessem estariam ferindo uma lei cósmica sagrada: a lei do livre-arbítrio.


Então, façamos todos um supremo esforço para mudar, ser mais transparentes, mais claros, mais honestos em nossas relações. Isto já seria um grande passo para acompanhar as grandes mudanças que estão por vir. 


Lembremo-nos de que as mudanças virão, independentemente de estarmos aptos a nos adequar a elas ou não. Se nos adequamos, horizontes de luz se revelarão. Se não nos adequamos, seremos tragados por todo esse conteúdo retrógrado que será inexoravelmente transmutado.


É ter em mente que nada é impossível. Difícil, sim, mas não impossível. Abrir o coração ao amor é a chave. "Por amor a mim, em primeiro lugar, por amor ao outro, tentarei hoje ser transparente e sincero com tudo e com todos".  Guardemos este mantra.