quarta-feira, 21 de março de 2012

Equinócio e Interiorização

"Felizes aqueles que reconhecem os Deuses em todas as suas formas; sabem que Eles falam todos os idiomas, são de todas as cores e dançam de todas as formas." (Anônimo)

Este pensamento me evoca um tempo que talvez eu tenha vivido, talvez não... Penso que já fui celta um dia, participando ativamente daqueles rituais alegres, em que a espiritualidade era algo leve e tão profundamente ligado à Terra e às estações.
Recebi alguns e-mails interessantes sobre a simbologia do Equinócio (20 de março: Equinócio da Primavera no hemisfério norte e Equinócio do Outono no hemisfério sul).
Na astronomia, equinócio significa o momento em que o sol cruza a linha do equador terrestre projetada na esfera celeste.
A palavra equinócio vem da junção de duas palavras do latim: aequus (igual) e nox (noite). Portanto, significa "noites iguais", porque nessas ocasiões o dia e a noite possuem a mesma duração. Os equinócios ocorrem nos meses de março e setembro, quando definem mudanças de estação. 
Nosso calendário cristão é baseado nos equinócios.
De acordo com a Astrologia, é quando o sol, na sua trajetória anual, encontra-se no grau zero do signo de Áries que o ano realmente tem início. 

Antigamente, nos tempos em que a humanidade não era tão "tecnológica" e, portanto, mais próxima à natureza e suas mudanças, a transição das estações era uma ocasião marcante, de muita celebração entre as pessoas. Os equinócios e solstícios eram muito festejados, e o aspecto religioso desses festejos não estava apartado da Mãe Natureza e seus ciclos - momento de semear, momento de colher.
Estar ligado aos ciclos da Terra é estar ligado a si mesmo, uma vez que somos filhos da Terra e tudo o que acontece à Terra acontece a nós, à nossa natureza interna. Quanto mais nos distanciamos da natureza, mais artificiais nos tornamos, mais perdidos, mais fora do nosso eixo central.
Ao tempo em que nos afastamos dessa celebração mais simples e pura, despretensiosa e despojada, manifestada em danças de roda ao ar livre, alegria de viver por viver, confraternização comunitária em sintonia com os ciclos terrenos, perdemos muito da nossa alma. Basta olhar como são nossas celebrações de hoje. Música (eu disse música?) estridente, alto consumo de álcool e drogas são normais entre nossos jovens. Excessos. E não somente os jovens se entregam a estes excessos. O que dizer do nosso consumismo quando chega o Natal e o final do ano?
Estamos nos perdendo nesses excessos todos. Não há interiorização.
Todos os momentos são importantes para uma introspecção, mas o instante do equinócio pode ser de ajuda. 
Procure um local junto à natureza, se não for possível crie esse lugar com sua imaginação. Faça silêncio, contemple seu interior. Busque sua própria singularidade e, enquanto faz isto, aproveite para jogar fora o que está velho ou o que não é usado. Reestruture a sua vida, remoldando os pensamentos (tudo começa aí), modificando os hábitos, revendo seu potencial. 
E alegre-se! Há sempre uma nova estação!

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