domingo, 22 de janeiro de 2012

A TV do Nosso Tempo

Às vezes é necessário descer até o fundo do poço para perceber que não há saída lá. Acho que este é o caso da programação televisiva contemporânea. Chegamos aos píncaros da vulgaridade. Mereceríamos o Nobel da baixaria, se existisse.
Mas parece que a luz no fim do túnel está começando a brilhar...
A degradação chegou a um ponto tão crítico que algumas pessoas começam a se movimentar e a organizar protestos.
Os sinais de decadência social estão em todo lugar, a TV é apenas uma das facetas dessa decadência. Visando o lucro e tão-somente o lucro, a TV nivela por baixo sua programação, alegando que produz o que o povo quer ver, e o povo quer ver baixaria. Considero isto de uma estupidez sem tamanho.

A TV não poderia se colocar fora do processo educativo. A responsabilidade dessas emissoras é gigantesca. Meio barato de diversão sem sair de casa, a televisão está em quase todos os lares. Hipnótica, o seu poder de mobilização de massas é assustador. Esse poder utilizado sem escrúpulos nem consciência não pode acarretar outra coisa que não seja um acúmulo de lixo a invadir nossas casas, deseducando, corrompendo os jovens, prestando um desserviço à população.
O povo quer ver baixaria, então mergulhemos todos na baixaria?
O povo pode estar querendo ver baixaria, mas se a inteligência dos produtores não estivesse totalmente focada no dinheiro e no poder, eles saberiam muito bem como apresentar programas de qualidade para elevar o nível de quem gosta de baixarias. Este seria o grande papel educativo da televisão. Responsável, consciente e engajado.
No entanto, manter a turba na mediocridade pode ser útil no processo de manipulação de massas. Do ponto de vista estritamente consumista, a massa manipulada é a que mais interessa, porque não pensa, é passiva. Se não pensa nem desenvolve senso crítico, torna-se um cliente dócil a tudo aquilo que se quer vender (produtos ou idéias).

Disse Confúcio: “Há três métodos para ganhar sabedoria: primeiro, por reflexão, que é o mais nobre; segundo, por imitação, que é o mais fácil; e terceiro, por experiência, que é o mais amargo”.

Estamos ainda, como humanidade, no nível da imitação, para júbilo dos que se mantêm no poder pela manipulação de mentes. Já começamos, porém, a sentir o gosto amargo dessa lama onde querem nos manter.

“Nunca encontrei uma pessoa tão ignorante que não pudesse ter aprendido algo com sua ignorância”, afirmou Galileu Galilei.

Tropeçando e em passo vagaroso, vamos aprendendo com nossa própria ignorância a passar para o nível da reflexão.

Fiquei estimulada ao ver tantos protestos na internet, ultimamente, contra o baixo nível televisivo da nossa mais poderosa emissora.

É a luz no fim do túnel, enfim...

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